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Marfrig deverá desocupar prédio de frigorífico em Paranaíba

Previsão da empresa Total S/A, antigo grupo Margem, é de reativar o frigorífico em setembro

A Justiça do Estado de Goiás expediu na tarde desta quinta-feira uma ação de despejo para que o Marfrig desocupe a planta frigorífica de Paranaíba em 30 dias. A decisão contempla ainda as plantas de Rio Verde – GO e Rolim de Moura – RO, que também estavam arrendadas para o Marfrig.

De acordo com Mauro Suaiden, um dos proprietários do extinto grupo Margem, a expectativa é que o Marfrig seja notificado até a próxima terça-feira (4) e no início de setembro a Total S/A, antigo grupo Margem, reinicie seus trabalhos, com a contratação de pessoal.

“Vamos aproveitar esta mão de obra que foi dispensada pelo Marfrig, como a capacidade de abate será a mesma, é possível que contratemos a mesma quantidade de funcionários”, disse ele em entrevista ao Jornal do Povo.

Mauro ainda agradeceu ao todas as entidades que se mobilizaram em favor da volta da Total S/A em Paranaíba, entre eles ele destacou o presidente da Associação Empresarial de Paranaíba (Acip), Flavio Cury, Prefeitura Municipal, Sindicato dos Trabalhadores em Frigoríficos da Região.

Flavio Cury disse que a notícia é muito importante para a cidade e por isso quando soube da intenção do grupo em retomar a planta de Paranaíba mobilizou diversos setores para que a Justiça goiana soubesse da importância da reabertura do frigorífico em Paranaíba.

O frigorífico Marfrig fechou a unidade de Paranaíba afirmando que o motivo seriam necessidades mercadológicas e argumentou junto ao sindicato que representa a categoria que havia falta de bovinos na região para abate. A informação pegou os funcionários e a cidade de surpresa, já que a planta de Paranaíba estava trabalhando com uma média alta de abate, em torno de 600 animais por dia. Todos os funcionários foram demitidos e as atividades do Marfrig foram encerradas em Paranaíba no dia 17 deste mês.

Mauro Suaiden e Geraldo Antônio Prearo eram proprietário do Grupo Margem que, em 2.008, pediu recuperação judicial, quando foi criada a empresa Total S/A, dona de todo o patrimônio do Margem. Como estava em recuperação judicial, arrendaram por cinco anos três plantas (Paranaíba-MS, Rio Verde-GO e Rolim de Moura-RO) para o Marfrig, cujo contrato encerraria em 31 de dezembro de 2.014.

Passados os cinco anos, com a recuperação judicial, a Total S/A estava em condições de tocar o negócio por conta própria, motivo pelo qual, segundo Geraldo Prearo, em abril de 2.014, a Total S/A comunicou o Marfrig sobre a intenção de pegar as plantas de volta, assim que terminasse o contrato em dezembro de 2.014. Em lugar de devolver as plantas arrendadas, o Marfrig entrou com uma ação renovatória na Justiça de Goiás, onde fica a sede do Grupo Total S/A, antigo Margem. 

Em virtude de o Marfrig ter parado com as atividades no final do ano passado em Rio Verde (GO), onde dispensaram 534 funcionários, e fecharam a unidade; agora fecharam a de Paranaíba, dispensando 545 funcionários; e, segundo informações, também pretendem fechar a unidade de Rondônia, Geraldo procurou a juíza da comarca de Rio Verde para que ela se sensibilizasse e decidisse logo sobre a devolução das plantas para os seus donos.

Segundo Geraldo Prearo informou a pouco, o grupo está com tudo pronto para recomeçar as atividades. Ele disse que já vão entrar em negociação com o Marfrig para que a transição comece a ser feita já no decorrer dos próximos 30 dias para colocar as unidades em operação o mais rápido possível.