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Ministro afirma que Petrobras retomará construção de fábricas de fertilizantes

Embora não tenha citado nomes, uma das fábricas paralisadas é a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados, em Três Lagoas

Embora não tenha citado nomes, uma das fábricas paralisadas é a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados, em Três Lagoas - Arquivo
Embora não tenha citado nomes, uma das fábricas paralisadas é a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados, em Três Lagoas - Arquivo

OO ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, afirmou que Petrobras deve retomar a construção de três fábricas de fertilizantes no país. As declarações foram feitas em entrevista ao jornal O Globo, nesta semana.

“Tem três iniciadas. A proposta é estruturar, ver o que precisa para terminar e elas voltem a ficar prontas para fornecer nitrogenados. Nós queremos investir em tecnologia, na busca por fosfatados, que têm um pouco no Brasil, e também de cloreto de potássio. Tem um plano nacional de fertilizantes, que nós vamos dar continuidade. O presidente Lula já determinou ao meu colega ministro de Minas e Energia (Alexandre Silveira) para que um dos programas que a Petrobras tem que participar é na continuidade de plantas de produção de nitrogenados, que já estavam começadas e foram paralisadas, as três que voltam”, disse o ministro em entrevista ao Globo.

Embora não tenha citado nomes, uma das fábricas paralisadas é a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN 3), em Três Lagoas.  As obras de construção da UFN 3, iniciadas em 2011, foram paralisadas em dezembro de 2014, com avanço físico de cerca de 81%, até a Petrobras romper o contrato com o Consórcio UFN 3.

Em 2017, a estatal informou que não tinha interesse no segmento de fertilizantes e colocou não só a UFN 3, mas também a fábrica de Araucária, no Paraná, à venda. Em 2020, arrendou as unidades de fertilizantes nitrogenados da Bahia (Fafen-BA) e de Sergipe (Fafen-SE) para o grupo Unigel, após encerrar as atividades nos locais.

Depois de algumas negociações fracassadas, o processo de venda da UFN 3 foi retomado no final de maio do ano passado. Na época, a Petrobras disse que o plano de negócios proposto pelo grupo russo Acron impossibilitaria as aprovações governamentais para a transação, já que o requisito mínimo exigido do comprador seria o compromisso de concluir as obras de construção da fábrica. A Acron tinha um plano para fazer apenas uma misturadora na estrutura da fábrica e não produzir nitrogenados.

A Yara Fertilizantes, companhia norueguesa, um dos principais players globais e do setor de fertilizantes no Brasil, estava negociando a compra da unidade Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná, mas no mês passado, desistiu de seguir com o processo de compra da unidade, que estava à venda desde setembro de 2020. Neste período, a companhia analisava também a possibilidade de compra da UFN 3.

Agora, segundo o novo ministro da Agricultura, a ideia é a Petrobras retomar essas fábricas. “Nós vivemos em um mundo globalizado e com a pandemia e depois a guerra da Ucrânia, nós vimos as fragilidades desse mundo globalizado. Isso aconteceu nos combustíveis, o preço do petróleo disparou, nós vimos as fragilidades. Vimos a insegurança nacional de não ter fertilizantes. Fertilizantes têm que ser tratados, descobrimos isso, quase como segurança alimentar, segurança nacional, porque não tem alimento se não tiver fertilizantes”, disse o ministro.

O projeto de construção da UFN3 foi idealizado pela Petrobras no governo do PT, na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.