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MS terá R$ 1,8 bilhão para obras viárias, diz diretor do Dnit

Outro projeto com enfoque na multimodalidade é corredor bioceânico, que inclui dar condições de tráfego ente o Atlântico e o Pacífico

Mato Grosso do Sul já tem disponíveis R$ 1,8 bilhão em recursos federais para execução de obras de infraestrutura viária nos próximos dois anos. O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutra de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, garantiu que estão assegurados pelo Ministério dos Transportes R$ 600 milhões para manutenção de rodovias e R$ 1,2 bilhão para adequação, melhoramentos e implantação viária.


Em visita a Capital para participar de evento de seu partido, o PR, Pagot assegurou que o chamado PAC da Copa, que vai destinar recursos para as cidades sedes do Mundial 2014 não vai retirar recursos de Mato Grosso do Sul, mesmo Campo Grande não tendo sido uma das cidades escolhidas.

“O PAC da Copa é diferente do que já está discutido, é investimento em infraestrutura urbana, em área de saúde e aeroportos, e mais investimentos privados”, disse, confirmando que o Estado não vai ser impactado no orçamento que já tem garantido.

“Existe R$ 1,8 bilhão em obras contratadas e em outras previstas para o futuro, especialmente onde há gargalos”, disse o diretor do Dnit. No pacote estão obras na BR-262, que integra o corredor bioceânico Brasil-Bolívia-Chile e melhorias como terceira pista e acostamento em trechos da BR-163.

Sobre a possibilidade de duplicação da BR-163, Pagot disse que o que existe programado para esse ano é a duplicação de 300 km no trecho Rondonópolis-Posto Gil (MT), onde os estudos apontaram grande demanda. “É o trecho de mais movimento, onde tem entroncamento para a BR-364 e também porque está prevista a chegada já em 2011 da Ferronorte naquele ponto”, explicou.

Para o trecho sul-mato-grossense, onde o governador André Puccinelli defende a duplicação e a concessão com pedágio, Luiz Antonio Pagot disse que o enfrentamento de gargalos vai ser feito com obras de melhoria, como acostamento e terceiras faixas. Segundo ele, há estudos referentes a cessão de rodovias em Mato Grosso do Sul, mas o essencial para o Estado é um planejamento que leve em conta a multimodalidade.

Dentro desse planejamento está a ferrovia Norte-Sul. Segundo Pagot, em 2010 a obra chega até Anápolis (GO) e em 2014 a Porto Murtinho (MS). Essa ferrovia – de bitola larga – somada às hidrovias, às melhorias rodoviárias e Ferroeste, ligando o sul de Mato Grosso do Sul ao Paraná, é um dos grandes projetos de intermodalidade para o País.

O incremento das hidrovias Tietê-Paraná e Paraguai-Paraná também é parte da estratégia. Pagot explica que a primeira deve receber investimentos para ampliar a navegabilidade de 800 km para dois mil km e expandir o transporte de carga de cinco milhões para 30 milhões de toneladas. “Mato Grosso do Sul é um grande entroncamento multimodal, mas não há episódios isolados, é preciso pensar da forma múltipla”. Uma novidade em relação à Ferroeste é que um novo ramal, saindo da Cascavel em direção ao Porto de Rio Grande (RS) pode ser criado.

O diretor do Dnit disse que há interesse dos governadores da região nessa expansão. Ele revelou ainda que em breve deve ocorrer uma reunião em Brasília, envolvendo a Casa Civil, o ministério dos Transporte e governadores para discutir a execução de obras da Ferroeste.

Outro projeto com enfoque na multimodalidade é corredor bioceânico, que inclui dar condições de tráfego ente o Atlântico e o Pacífico, desde o Porto de Santos, no Brasil a Iquique, no Chile. No território brasileiro, Pagot assegura que estão em andamento projetos para três obras que faltam: o contorno viário de Corumbá, em execução; e o contorno de Campo Grande e a ponte sobre o Rio Paraná, em Três Lagoas, para substituir a travessia na usina de Jupiá. As rodovias chilenas também tem obras prontas, e, na Bolívia, faltam 75 quilômetros de pavimentação.