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Três Lagoas

Mulheres continuam ganhando menos que os homens em Três Lagoas

Rendimento das mulheres equivale a 59,30% do salário dos homens

A pesquisa “Estatística de Gênero – Uma análise dos resultados do Censo Demográfico 2010”, divulgada nesta sexta-feira, dia 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o rendimento mensal médio das mulheres em Três Lagoas equivale a 59,30% do salário dos homens. Em dez anos, a diferença salarial entre ambos continua praticamente a mesma no município. Em 2000, o rendimento médio das mulheres em Três Lagoas equivalia a 59,52% a renda dos homens.

“Exprime uma realidade que ainda é de desigualdade. Porque muitas vezes a mulher exerce uma atividade muito parecida a que o homem desenvolve, mas ele ganha mais do que ela. Essa cultura não acabou. A melhora foi muito pequena em dez anos. Estamos caminhando, mas a passos muito lentos”, analisa a coordenadora de divulgação do IBGE, Isabel de Paula Costa.

De acordo com informações divulgadas ontem pelo IBGE, as mulheres estudam mais, porém possuem formação em áreas que garantem rendimentos menores. Além disso,  estão mais presentes no mercado de trabalho, mas continuam ganhando menos e caminham mais lentamente rumo à formalização; ganharam espaço entre os responsáveis pelas famílias e domicílios,e entre elas, há importantes diferenciais regionais, de cor ou raça, as quais reforçam as desigualdades de gênero ainda enfrentadas pelas mulheres no Brasil. Isso é o que  mostram as Estatísticas de Gênero – Uma análise dos resultados do Censo Demográfico 2010, produzida pelo IBGE em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais e Quilombolas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (DPMRQ/MDA).

Em Campo Grande, por exemplo,o rendimento mensal médio das mulheres equivale a 66% do salário do homem. No comparativo com o levantamento feito em 2000, a situação melhorou, pois a renda feminina equivalia a 59%.

Com índices de escolaridade superiores aos dos homens, as mulheres brasileiras continuam atrás quando analisados o rendimento e a inserção no mercado de trabalho.Além de apresentarem menor taxa de analfabetismo, de 9,1% contra 9,8% dos homens, as mulheres alcançam mais cedo  o nível superior, com uma taxa de 15,1% de frequência na população de 18 a 24 anos, enquanto os homens somam 11,3%. Quanto a graduação no ensino médio, as mulheres estão mais presentes na idade escolar certa, de 15 a 17 anos, com 52,2% de frequência, contra 42,4% dos homens. Embora estudem mais, ainda são as que ganham menos.

Ainda de acordo esse estudo, das 50 milhões de famílias que residiam em domicílios particulares em 2010, 37,3% tinham a mulher como responsável. O critério para definir a pessoa responsável pela família é de que seja aquela pessoa que era reconhecida como tal pelos demais membros da unidade doméstica. Em Três Lagoas, em 2000, a média do percentual do rendimento das mulheres na família em relação ao rendimento familiar total era de 31%. Dez anos depois, em 2010, subiu para 36,10%.