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Na Capital, inflação tem queda nos transportes e alta na saúde

Campo Grande ficou acima do índice nacional do IPCA e consumidores sentem impacto no custo da energia elétrica

Capital segue com a sétima maior inflação do país - Foto de cottonbro studio
Capital segue com a sétima maior inflação do país - Foto de cottonbro studio

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em outubro, a inflação nacional teve alta pelo quarto mÊs consecutivo e resgistrou 0,24%. Em setembro, a variação havia sido de 0,26%.

Mas há melhora quando comparado com o IPCA de outubro do ano passado, no qual a variação havia sido de 0,59%. No ano, o IPCA acumula alta de 3,75% e, nos últimos 12 meses, de 4,82%.

Na média geral, o IPCA da Capital ficou um pouco acima do índice do país, a 0,28%, mas teve deflações importantes nos grupos: Habitação, Transporte e Comunicação, setores que tiveram alta a nível nacional.

Ar-condicionado

As ondas de calor impactaram no bolso do consumidor e no IPCA da Capital. O preço dos itens "ar condicionado" e "eletrodomésticos" fez os índices do grupo de Artigos Residenciais ficarem a 1,51%. Brasil registrou 0,46% no mesmo grupo.

O servidor público Diógenes Ferracini percebeu a conta de energia elétrica mais cara. "O que ficou mais significativo foi o aumento da energia elétrica, pela necessidade de refrigeração e humidificação. Realmente isso puxou um pouco o orçamento, mas a gente faz o equilíbrio das contas, determinando prioridades".

Quedas

Na Habitação, houve grande diferença com o mês passado. Em setembro, a alta foi de 0,72%, mas em outubro, setor ficou cotado a -0,12%. Deflação foi causada pelo menor preço do botijão de gás, produtos de limpeza e também no custo da mudança.

Na Comunicação, os itens "celular" e "planos de telefone fixo" registraram -0,15%.

Já no grupo Transporte, Mato Grosso do Sul se destacou em deflação de -0,11% pela queda nos preços da gasolina, de automóveis usados e do conserto do carro. Mas o preço da passagem aérea registrou uma alta nacional e em campo grande, ficou quase 23% maior.

A pesquisa na hora de escolher o voo é o que ainda pode ajudar os viajantes da Capital, como conta o universitário Antônio Duarte Silva. "Eu precisava fazer uma viagem de Campo Grande a Goiânia, e quando pesquisava o preço das passagens de avião, encontrava elas todas acima de R$ 1.000,00. Pelo Google Flights, todos os dias eu recebia por e-mail o valor de diversas companhias aéreas até encontrar o preço mais barato".

Inflação em alta

Os grupos com alta inflação em Campo Grande são: Vestuário (1,50%) e Educação (0,28%), com alta nos preços de materiais escolares e no valor das autoescolas.

A Saúde e Cuidados Pessoais teve o maior aumento frente ao índice nacional (0,32). Em campo grande, a inflação é o dobro, 0,36%. No setor, o preço dos "produtos farmacêuticos" registrou alta de 0,9% e "planos de saúde" de 0,68%.

No grupo Alimentação e Bebidas, o índice voltou a subir após cinco meses em queda. As maiores altas registradas foram nos legumes como batata, cebola e tomate. Produtos com o menor preço foram o repolho, banana e ovos.

O economista Michel Martines avalia o IPCA de outubro.

"A inflação de outubro revela uma variação um pouco acima, ainda menor do que o mercado financeiro esperava e se dá muito em função do controle do valor do combustível, da gasolina, do diesel, fazendo com que o setor de transportes puxasse um pouco para baixo essa inflação. Nós temos alguns aumentos em passagens aéreas, por exemplo, medicamentos, alimentação, isso se dá naturalmente por uma questão de mercado entre a relação de oferta e demanda […] Em relação ao próprio alimento, existem alimentos que estão em deflação, outros estão inflacionados e isso se dá também por uma relação de oferta e demanda. A gente tem produtores que estão produzindo bastante, estão na sua safra e existem alguns grupos de alimentos que estão fora de safra", afirma.