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Persona: Três Lagoas tem potencial de polo cultural e turístico

Entretanto, conforme ele, para isso, é preciso planejamento

Na opinião do secretário estadual de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, Três Lagoas é uma cidade que tem todo o potencial para ser, assim como Bonito e Corumbá, uma cidade polo cultural e turístico. Entretanto, para isso, é preciso planejamento. Nesta semana o secretário esteve em Três Lagoas, onde participou do 1º Ciclo de Seminários Regionais do Projeto de Apoio à Estruturação dos Sistemas Municipais de Cultura (PROSIMC). O objetivo da secretaria é o de colaborar com os municípios na elaboração do Sistema Municipal de Cultura de cada cidade. Na oportunidade, o secretário concedeu uma entrevista ao Jornal do Povo e falou sobre essa área em Mato grosso do Sul.

Jornal do Povo -Quais são as metas do governo do Estado para os próximos anos na área da Cultura?

Athayde Nery -Nós estamos vivendo uma crise sem precedentes, e com isso temos consequências sociais. A saída diante disso, é a criatividade e política. O que nó estamos fazendo é construir uma política pública de Estado. Temos que nos preparar para quando a crise passar, termos condições de captar recursos. O nosso objetivo é a formação das crianças, que elas esbarrem na cultura e que, se não se transformarem em artistas, que tenham, pelo menos, recebido o alimento da alma para se tornar um grande cidadão, com grande capacidade de discernimento, pois a cultura traz isso e de maneira gratuita.

 

JP– Qual é a estimativa de investimento para este setor em Mato Grosso do Sul?

Athayde -Temos como referência a União,que deve investir 2% do seu orçamento em cultura, o Estado 1,5%, e os municípios 1%.Dentro desses critérios, temos que ter os projetos. Por isso, vamos construir toda essa proposição junto com os agentes culturais para termos esses projetos. A partir daí, é que teremos a dotação orçamentária. Acho que o dinheiro vai aparecer à medida que se tiver criatividade para poder produzir projetos.

 

JP– Muitas pessoas reclamam da dificuldade que é para conseguir recursos do Fundo de Investimentos a Cultura (FIC). Neste atual governo, isso pode ser melhorado?

Athayde -Nós queremos melhorar muito isso, inclusive, fizemos um primeiro edital de pareceristas que vai acabar com a possibilidade de haver direcionamentos de resultados de projetos. Por exemplo, quando assumimos tinha o Gaeco fazendo levantamento de alguns desvios no direcionamento de escolhas de projetos. Com os pareceristas, vamos ter três analisando os projetos, acabando com a possibilidade de haver direcionamento. Queremos fazer com que os recursos sejam destinados a sociedade civil e outros destinados aos projetos dos municípios. Esse é o desafio, pois o FIC terá uma nova roupagem. Tivemos que fazer toda uma readequação, por isso o edital do FIC não foi publicado ainda, mas dependemos de recursos também. Temos que saber o valor que será aplicado e,a parti daí, facilitar o máximo possível para que a população tenha acesso, vamos criar, inclusive, a plataforma digital para facilitar o acesso on-line sem a necessidade do deslocamento das pessoas.

 

JP– Como o senhor analisa a situação da cultura de Três Lagoas, se comparada a de outros municípios?

Athayde -Três Lagoas, do ponto de vista da formação e de eventos realizados nas escolas, é uma referência para todo o Estado. É importante dizer que os investimentos em cultura, em Três Lagoas, são significativos. O que precisamos criar é um planejamento neste processo, pois a cidade com esse desenvolvimento econômico trouxe em seu bojo uma série de problemas, na área da saúde, na educação, na segurança pública e no trânsito. Portanto, temos que ter aqui um processo de olhar esse encaminhamento e identificar as peculiaridades da cidade para realização de alguns eventos de acordo com as características da cidade. Três Lagoas é uma cidade que tem todo o potencial para ser assim como Bonito e Corumbá, uma das cidades que tem o polo cultural e turístico exacerbado. Precisamos fazer isso, mas é preciso planejamento.

 

JP– Qual a sua opinião em relação ao patrimônio da ferrovia que será repassado ao município, como por exemplo, a antiga Estação Ferroviária?

Athayde -Tem que ser do município, tem que ser restaurada. A história da ferrovia é história do Brasil, e Três Lagoas faz parte deste circuito. Nós estamos trabalhando nesse processo com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico). Campo Grande passou por esse processo, inclusive arrancaram trilhos, e acabaram destruindo um pouco da história. Entendo que temos que ter nesse processo um enorme carinho, mas agora está havendo uma preocupação maior com o resgate da ferrovia, não só do ponto de vista cultural e de patrimônio, mas como saída emergencial para o nossa questão da produção. Precisamos trabalhar a ferrovia como patrimônio histórico e museológico. É preciso investir nisso, nessa preservação, mas para isso, é preciso ter planejamento, para transformar esse espaço em museu da ferrovia e transformar essas áreas em espaços para atividades culturais e resgate da nossa história.