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Três Lagoas

Pet shops diminuem venda de animais após nova lei entrar em vigor

Pet shops têm de adaptar ambiente conforme exigências de lei federal

Lojas que expõem, mantêm, oferecem cuidados de higiene e estética, vendem ou doem animais estão tendo de se adaptar à resolução 1.069 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) publicada em outubro de 2014 e em vigor desde 15 de janeiro de 2015.

A resolução preza pelo conforto, segurança, saúde e bem-estar dos animais nos ambientes que são comercializados. Os proprietários devem proporcionar locais sem excesso de barulho e com pouco contato físico entre os animais e pessoas.

A equipe de reportagem do Jornal do Povo visitou nove pet shops de Três Lagoas e constatou que, por receio de descumprir à lei federal, os proprietários suspenderam ou reduziram a comercialização de animais. Dos nove pet shops apenas um vende cachorros e cinco lojas comercializam pássaros.

Localizado no centro da cidade, o único pet shop encontrado com cachorros à venda possui duas médicas veterinárias responsáveis pelo estabelecimento. Os animais ficam do lado interno da loja, dentro de gaiolas, com pote de água. De acordo com uma das veterinárias, os animais têm horário determinado para se alimentar, carteira de vacina em dia e no final do expediente passam algumas horas brincando no quintal da loja. O pet shop possui ar condicionado e porta de vidro, o que contribuem para a questão do bem-estar dos bichos, pois a temperatura é agradável e o barulho vindo da rua não alcança o lado de dentro. No entanto, gaiolas permite o contato físico direto entre bichos e clientes, o que segundo a resolução pode ocasionar transmissão de doenças.

Dos cinco pet shops, três expõem passarinhos dentro de gaiolas na calçada com sombra durante todo o expediente, e dois pets mantém os bichos dentro da loja. Nos cinco pet shops havia pelo menos um médico veterinário responsável pelo estabelecimento.

 

Multa

Desde 2008, o Conselho Federal de Medicina Veterinária determinou que todos os pet shops em território nacional devem ter, pelo menos, um veterinário responsável, sob risco de multa, em caso de descumprimento. Dentre os nove pets visitados, todos que comercializam animais e/ou oferecem serviço de banho e tosa possuem um profissional.

Agora, com nova resolução do Conselho, são os veterinários que deverão responder o processo ético-profissional do estabelecimento, em caso de descumprimento da lei.

A loja que não estiver em condições adequadas estará sujeita à multa de até R$24 mil.

 

Ponto de vista

O veterinário Diego Mazetti concorda com a resolução da CFMV e crê que o ambiente interfere no bem-estar do animal. “É importante que o bicho fique num espaço de vidro invés de uma gaiola, além de ser mais higiênico e sadio não permite o contato direto do animal com a pessoa”, comenta.

Conforme o veterinário Gustavo Ruiz, o risco de transmissão de doença não se dá apenas por meio do homem e o animal, podendo também ocorrer entre animais infectados e recém-nascidos. “Geralmente os pet shops têm a clínica veterinária, banho e tosa e as gaiolas com animais à venda, e esse é problema: estar os animais saudáveis no mesmo espaço que a clínica”, explica.