Após o choque com a brutal queda do PIB, de 3,6% no último trimestre de 2008, a área econômica do governo refaz todas as contas para apresentar, no dia 20, o novo Orçamento da União com as metas fiscais para este ano. Ao mesmo tempo, depois de cortar 1,5 ponto percentual na taxa Selic o Banco Central prepara o relatório de inflação do trimestre, que vai traçar os rumos da política monetária daqui por diante. Além disso, o governo quer lançar até o fim do mês as medidas do pacote habitacional, para tentar construir 1 milhão de casas populares, amplamente subsidiadas, em dois anos.
Outra discussão diz respeito ao que lazer com os R$14 bilhões do Fundo Soberano do Brasil: Uma das hipóteses é retomar os recursos ao Tesouro Nacional para compor o superávit fiscal de 2009. Com menos crescimento e perda de arrecadação, haverá enorme dificuldade para cumprir a meta de superávit primário de 3,3% do PIB neste ano. Embora a meta original seja de 3,8%, o governo já mira os 3,3%, índice permitido legalmente pela exclusão dos gastos com o Projeto Piloto de Investimentos (PPI). A queda dos juros dará uma ajuda importante na redução das despesas. O Palácio do Planalto conta com juros na casa dos 9% no fim do ano. Mesmo assim, cortes terão de ser feitos nos gastos públicos.
