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Plano lançado há 15 anos ?foi ganho imenso? para o país, diz representante do mercado financeiro

Ele afirmou que a iniciativa foi um processo de recuperação da qualidade da moeda brasileira

O Plano Real, lançado há 15 anos, “foi um ganho imenso” para o país, na opinião do presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), Sérgio Cutolo.

Ele afirmou que a iniciativa foi um processo de recuperação da qualidade da moeda brasileira, que gerou importantes mudanças no sistema financeiro nacional.

Uma das consequências do Plano Real foi a eliminação da inflação como fonte de financiamento, “principalmente para o próprio governo” e também para instituições financeiras.

“Poucas pessoas se dão conta, mas agora, com essa crise internacional, se fala muito da higidez das instituições financeiras brasileiras e se esquece de que isso teve um preço. Nós passamos por uma reestruturação muito forte do nosso setor financeiro. O real conseguiu controlar a inflação e tirou várias insuficiências do mercado”.

Mais de 55% das instituições que operavam nos mercados financeiro e de capitais foram extintas.“Foram mais de 400 instituições de diversos tamanhos, atuando em diversos segmentos, que foram fechadas como decorrência da implementação do real e, posteriormente, do Sistema Brasileiro de Pagamentos (SBP)”, lembrou.

Essas medidas deram maior segurança aos investidores. Por outro lado, o Plano Real exigiu mais capital das instituições financeiras. Para o presidente da Andima, o mercado financeiro ficou mais eficiente. Ele acrescentou que foi também fundamental a imposição, no decorrer dos últimos 15 anos, de uma responsabilidade fiscal maior.

“O governo passou a não ter mais a inflação como fonte de financiamento. Com isso, você teve até, em um primeiro momento, aumento da relação da dívida pública com o Produto Interno Bruto (PIB) [quanto maior essa relação, menor a confiança de investidores na economia], que foi se ajustando depois. Hoje, a situação é bem diferenciada”, informou.

Sérgio Cutolo lembrou ainda que, em consequência do Plano Real, a negociação de títulos privados cresceu em relação aos títulos públicos e houve espaço para a redução da taxa de juros básica, a Selic.

“As melhorias foram imensas, principalmente para a população de baixa renda, que conseguiu aumentar o poder de compra efetivo, com a queda da inflação”.