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Por semana, em média 3 pais buscam ajuda para lidar com filhos

Somente no dia 13, Conselho atendeu a dois casos

Cerca de três pais ou responsáveis procuram, por semana, o Conselho Tutelar de Três Lagoas para pedir orientações e ajuda na educação de seus filhos. Em alguns casos, os pais solicitam a entrega da guarda das crianças e adolescentes.

Mais de 20 casos iniciados em 2014 continuam em processo de resolução, envolvendo Conselho e Poder Judiciário. Nos quais pais não querem mais a guarda de seus filhos.

Segundo o Conselho Tutelar de Três Lagoas, é frequente a ocorrência de problemas no convívio entre pais e filhos na cidade. Apenas no começo dessa semana, dois casos foram registrados em Três Lagoas. Em um deles, registrado na terça-feira, dia 13, a Polícia Militar esteve em uma casa abandonada, no bairro Interlagos, que servia como ponto de usuários de drogas, além de moradia para um menor de 17 anos de idade. O adolescente foi conduzido até sua residência, que encontrava-se fechada. A PM   acionou o Conselho Tutelar, e em contato com o pai do jovem, foi informado que ele fugiu da residência após constantes brigas. O adolescente é órfão de mãe, e morava em um abrigo em outra cidade, veio morar com o pai, após uma decisão do judiciário. Segundo o pai, as brigas acontecem porque não aceita algumas atitudes do filho, como furtar.

No final da última semana, uma mãe – o nome será mantido em sigilo para preservar a identidade da adolescente – também procurou o Conselho Tutelar para pedir orientações de como agir com a filha, de 14 anos de idade. A mãe foi agredida pela adolescente com mordidas, chutes, puxões de cabelo e socos. O motivo da agressão seria a separação dos pais, a jovem não aceita o término do relacionamento da mãe com o padrasto. Porém, a mãe não pensa em abandonar a filha. Ao Jornal do Povo, ela informou que busca apenas orientações ou algum tipo de repressão para a jovem. O conselho acompanha os dois casos.

MEDIDAS

Quando acionado o órgão encaminha a família para o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), mais próximo da residência, onde a família recebe acompanhamento e inicia um trabalho de fortalecimento de vínculos familiares. Esse trabalho dura cerca de três meses, se surtir efeitos antes desse tempo, pais e filhos são liberados do programa.

Se o acompanhamento não der resultados, todos passam a ser atendidos pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), para casos de alta complexidade, onde recebem acompanhamento de assistente social e psicólogos. O intuito é descobrir a motivação para o jovem agir dessa maneira, violando os direitos, e fazendo que os pais não queiram mais o convívio. Caso nenhum destes trabalhos apazigue a situação, e ambas as partes apresentem problemas o Poder Judiciário é acionado e decide se o jovem será mandando para um abrigo/instituição, ou não.

ORIENTAÇÕES

De acordo com o Conselho Tutelar de Três Lagoas, os pais nunca devem agir no momento de nervosismo, isso só agrava a situação. O indicado é procurar ajuda das autoridades e especialistas no assunto.

Davis Martinelli é vice-presidente do Conselho de Três Lagoas e atua como conselheiro. “Só temos conhecimentos dessas dificuldades, depois que os pais já violaram os direitos, espancaram, abandonaram e etc, e a partir daí o Conselho é acionado e começamos a trabalhar com a família. O correto é não precisar chegar a esse ponto, podemos evitar esses traumas”, orientou.