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Polêmica

Prefeitura demite 2,5 mil professores e antecipa férias

Nas redes sociais, Marquinhos Trad foi acusado de usar pandemia para fins eleitorais

Devido a pandemia do novo coronavírus, a Prefeitura de Campo Grande decidiu antecipar as férias dos 108 mil alunos da Rede Municipal de Ensino (Reme). Com isso, os 2,5 mil professores convocados ou com aulas complementares tiveram o contrato e as convocações encerrados.

No calendário escolar as férias deste ano começariam dia 17 de julho e encerrariam dia 31 do mesmo mês. Agora os alunos vão ter férias do dia 7 a 22 de maio.  A secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, explicou que neste período de 15 dias do recesso, não haverá novas atividades curriculares online. Os estudantes estão sem aulas presenciais desde o dia 18 de março.

“Neste momento nossa preocupação é com a saúde dos alunos e profissionais da Educação. Quanto as notas para o fechamento do bimestre, nós estamos realizando um estudo para verificar que tipo de avaliação será aplicada aos alunos no retorno das aulas”, explicou a secretária.

Para o presidente do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), Lucílio Nobre, a alteração do calendário é compreensiva neste momento de pandemia, desde que não haja prejuízo aos professores contratados no retorno das férias.

Em relação a aprendizagem dos alunos, Lucílio ponderou que as aulas a distância atrapalham significativamente na assimilação do conteúdo. “Não tem como não haver prejuízo na aprendizagem. Não é a mesma coisa passar o conteúdo da sala de aula para uma ferramenta virtual. Trabalhamos para minimizar o prejuízo pedagógico o máximo possível”.

CALAMIDADE PÚBLICA

O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD) decretou calamidade pública no dia 14 de abril. A medida adotada por conta da pandemia do novo coronavírus foi encaminhada para votação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) e foi aprovada por 14 votos favoráveis e seis contrários, tendo duas abstenções. A decisão de encaminhar a mensagem para o Legislativo estadual, segundo o prefeito, foi uma forma de legitimar as ações em meio a pandemia. A partir de agora, Marquinhos terá liberdade orçamentária em contratos emergenciais, licitações e compras para combater a covid-19 até o dia 31 de dezembro de 2020.

Para os vereadores da Câmara Municipal algumas ações do chefe do Executivo são realizadas com cunho eleitoral. O vereador Papy (SD), por exemplo, destaca a entrega de cestas básicas que o prefeito fez na periferia da capital. “Muitas das atitudes têm conotação política. Ver o prefeito entregando cestas básicas que foram doadas por empresários que prestam serviço para a Prefeitura e o prefeito indo na periferia que ele nunca vai entregando de porta em porta é uma ação eleitoreira”. O momento em que foi decretado a calamidade pública é questionado pelo vereador André Salineiro (PSDB). “Ainda não há motivo para esse decreto. Nesses cinco dias de calamidade nós tivemos seis casos confirmados e nenhuma morte. Não é a situação. A calamidade é um problema para a fiscalização. Já que agora o Executivo pode fazer compras sem licitações”, avaliou.