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Três Lagoas

Reajuste da tarifa de ônibus gera insatisfação em três-lagoenses

Reajuste para viagens interestaduais e internacionais foi de 4,79%

Usuários de ônibus interestaduais e internacionais de longa distância (acima de 75 km),que residem ou trabalham em Três Lagoas reclamam do aumento da tarifa, em 4,79%, ocorrido dia 1° de julho, com autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

 

Para a dona de casa Juremar Lopes Pereira, 47 anos, que estava na fila do guichê da rodoviária, o reajuste acaba complicando a vida financeira de quem precisa fazer uso do ônibus com frequência. “Esse novo valor judia um pouco do bolso. Dias atrás paguei um valor em uma passagem, mas agora vi que tenho que desembolsar mais dinheiro”, cita Juremar que também costuma viajar para Minas Gerais e Campinas.

 

Quem também não aprovou a nova tarifa foi o curitibano Wilson Duarte, que trabalha em Três Lagoas como encarregado de solda. “Sou de Curitiba e sempre viajo para lá. Agora vem mais este aumento, já não basta os mais de 6% da inflação e tudo mais que subiu de preço. Não acho justo”, comenta Duarte, que também aguardava a vez na fila para adquirir sua passagem.

 

Outro usuário do transporte de passageiros que não demonstrou satisfação com os novos valores foi Marcio C. da Silva Teixeira, 18 anos, que mora em Bataporã, mas trabalha em Três Lagoas, e vista a família todo fim de semana. Marcio afirma que no seu caso, é a empresa pela qual presta serviços, que custeia a passagem de ida e volta. “Se tivesse que sair do meu bolso, não conseguiria viajar para Bataiporã sempre, pois o custo pesaria no meu salário mensal”, avalia o rapaz.

 

Por outro lado, o tratorista Waldir Morales Junior, 18 anos, vê o valor das novas tarifas de ônibus como um ponto a ser analisado. Para ele, se o reajuste for revertido na melhoria dos ônibus, e consequentemente no conforto dos passageiros, então terá sido válido.

 

José Antônio, funcionário de uma das empresas de transporte de passageiros que atendem em Três Lagoas, afirma que reclamações por parte dos usuários sempre há, porém as vendas não costumam cair. “Quem precisa do serviço, não deixa de utilizá-lo”, comenta ele, que informa que os destinos mais vendidos são: Campo Grande, Paranaíba, Chapadão do Sul, Cuiabá (MT), São José do Rio Preto (SP) e Goiânia (GO).

 

A analista de suporte e estatística da mesma empresa, Regina Medina, explica que ainda não deu para analisar bem se houve queda na aquisição de passagens porque julho é mês de férias, período em que muitas pessoas viajam e usam o ônibus como meio de transporte.

 

O REAJUSTE

Vale destacar que, o reajuste das passagens de ônibus não vale para o transporte rodoviário interestadual e internacional semiurbano que não seja de longa distância.

 

Para chegar aos novos valores, foram listados os coeficientes tarifários em R$ (reais) por passageiro, que são multiplicados pelos quilômetros percorridos, levando em conta o tipo de transporte e os serviços oferecidos, como: sanitário, tipo de pavimento, tarifa de embarque específica do terminal, entre outros. Além das diferenças a serem analisadas, também deve ser somado o ICMS estadual e a tarifa do pedágio – quando houver, que deve ser dividida entre os passageiros.

 

Lembrando que, a tarifa das passagens do transporte rodoviário intermunicipal do Mato Grosso do Sul (menores de 75 km), teve seu aumento no mês de abril deste ano, concedido pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (Agepan).

 

ADIADO

Devido aos protestos realizados em todo o Brasil em junho do ano passado, a ANTT acabou suspendendo o aumento dos valores das passagens que acontece todos os anos, no dia 1° de julho. As tarifas subiram apenas no mês de outubro, quando houve reajuste de 6,98%.