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Reajuste de 7,7% para aposentados exigiria novos cortes, diz Mantega

O ministro disse ainda que já está definido que Lula vetará o fator previdenciário

O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta quarta-feira que, se o reajuste de 7,7% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo for sancionado, o governo precisará realizar novos cortes no Orçamento para manter o ajuste fiscal.

"Não temos condição de dar o reajuste de 7,7% aprovado pelo Congresso. Teríamos de fazer novos cortes, uma nova redução de despesas para manter o equilíbrio fiscal do país. Estamos recomendando ao presidente o veto, mas essa é uma decisão dele", afirmou o ministro.

Segundo ele, a concessão de um abono (via medida provisória) é uma alternativa em estudo pelo governo, caso o presidente decida vetar o aumento aprovado para os aposentados no Congresso.

"Se o reajuste for vetado, voltamos à correção de 3,5%. É inevitável criar um abono para manter o que já está sendo pago desde janeiro [6,14%]. Mas isso ainda está indefinido", afirmou.

Ontem, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) afirmou que se realmente houver veto presidencial ao reajuste, os aposentados desse grupo deverão receber um abono de 6,14% em 2010.

Segundo Bernardo, o abono não será de 7%, índice que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia autorizado antes da votação do projeto no Congresso, porque não houve acordo entre os parlamentares e o governo.

"O presidente autorizou, caso houvesse acordo, que fechássemos [o reajuste] em 7%. Como não houve acordo e foram para o tudo ou nada, não temos responsabilidade sobre isso", disse o ministro.

Segundo Bernardo, Lula está "inclinado" a vetar o reajuste. O ministro, contudo, disse que a decisão ainda não foi tomada.

"O presidente vai refletir para tomar uma decisão. A nossa visão é de que o que foi aprovado no Congresso extrapola muito o valor acordado", afirmou.

O ministro disse ainda que já está definido que Lula vetará o fator previdenciário.