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Sem receber, empresário suspende refeição para demitidos da UFN 3

Na noite de quarta-feira eles tiveram que comer pão com mortadela

O empresário Joelson Candido Dias parou de fornecer alimentação para aproximadamente 150 trabalhadores que foram demitidos pelo Consórcio UFN 3 no começo deste mês. Como eles ainda não receberam para retornar as suas cidades de origem, o Consórcio os mantém em um alojamento e fornece alimentação, o que vinha ocorrendo até à tarde desta quarta-feira, 26.

Entretanto, na noite de quarta-feira, Dias resolveu que não iria mais fornecer alimentação aos trabalhadores, já que o Consórcio não pagou a dívida de mais de R$ 500 mil que possui com o empresário que tem uma cozinha industrial. Ao todo, o Consórcio deve R$ 11 milhões para aproximadamente 90 micro e pequenos empresários de Três Lagoas.

Na manhã de ontem, durante o programa RCN Notícias da Rádio Cultura FM, Joelson desabafou e disse que parou de fornecer alimentação para os trabalhadores porque a situação se tornou insustentável. “A dívida já passa de mais de R$ 500 mil e, até agora não tivemos nenhum posicionamento por parte do Consórcio, e nem da Petrobras. Não temos mais condições de continuar fornecendo comida para esses trabalhadores sem receber. Nossa empresa não tem saúde financeira para isso”, desabafou.

Antes de tomar essa decisão, o empresário disse que comunicou por várias vezes o Consórcio. No entanto, não obteve nenhuma resposta. “Eles não atendem as ligações e nem responderam aos e-mails encaminhados, uma verdadeira falta de respeito com os fornecedores que acreditaram que o Consórcio seria idôneo, mas pelo que estamos vendo está dando calote em Três Lagoas”, acrescentou.

De acordo com o empresário, sempre que o Consórcio demitia os trabalhadores, eles eram encaminhados para esse alojamento aqui na cidade, e sua empresa fornecia a alimentação. Dependendo da quantidade de trabalhadores, segundo Joelson, sua empresa já chegou a oferecer até 1.500 alimentações diárias.

Ainda conforme o empresário, diante da situação ele vai ter que demitir funcionários, já que não recebe do Consórcio. “Tivemos que tomar essa decisão, pois temos que pagar os nossos funcionários e, agora tem décimo terceiro também, então não tínhamos mais condições de continuar fornecendo alimentação para esses trabalhadores”, salientou o empresário que há quatro meses não recebe do Consórcio.

TRABALHADORES

Na noite de quarta-feira os trabalhadores tiveram que comer pão com mortadela, que foram fornecidos pela proprietária do alojamento onde eles ficam. “Ela ficou com dó e trouxe pão e mortadela para a gente”, disse um trabalhador. De acordo com os trabalhadores, o Consórcio disse que eles seriam levados para o comodato, localizado na área rural da cidade, próximo a fábrica, para que pudessem se alimentar no local. Entretanto, os trabalhadores se negaram a ir. Ficou decidido, então que o Consórcio levaria a comida para eles no alojamento.