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Taxa do cheque especial sobe em abril e passa de 150% ao ano

Dívida dessa modalidade de crédito mais do que dobraria em 12 meses, segundo a Anefac

As taxas de juros do cheque especial, dos empréstimos e do crédito do comércio continuaram aumentando em abril. Uma pesquisa da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) mostrou que o custo do cheque especial, por exemplo, já passou dos 150% ao ano.

A linha de crédito do cheque passou de 7,78% ao mês (145,73% ao ano), em março, para 7,97% ao mês (150,98% ao ano) em abril. Em uma conta simples, equivale a dizer que se a conta bancária estivesse no vermelho em R$ 200 no ano passado, um ano depois o total que o cliente deveria desembolsar para repor o crédito e os juros seria R$ 501,96.

Segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (10), essa modalidade de crédito foi a que mais aumentou entre março e abril. Atualmente, esses são os maiores juros desde novembro de 2008.

Das seis linhas de crédito ao consumidor pesquisadas, somente duas mantiveram as taxas idênticas às de março. O cartão de crédito ficou em 10,69% ao mês (ou 238,30% ao ano) e o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) de bancos, em 2,39% ao mês (32,77% ao ano).

No mês passado, o cartão e os empréstimos de financeiras eram as modalidades de crédito mais caras. A primeira cobrava juros muito acima dos 240% ao ano, enquanto a segunda estava em 195,20% ao ano. O cartão está desde o mês passado no maior valor desde 2000.

A conta do cartão seria a seguinte: se o cliente tinha uma dívida de R$ 300 no rotativo em maio do ano passado, em abril ele veria essa conta passar para R$ 1.014,90. De março a abril deste ano, a mesma dívida passaria para R$ 332,07.

A associação diz que a taxa média de juros cobrados dos consumidores no mês passado foi de 6,78% ao mês (o equivalente a 119,72% ao ano) para 6,81% (120,47%). O aumento é pequeno, mas reflete as medidas do governo para esfriar o consumo, como explica o coordenador do trabalho e vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliviera.

– Estas elevações podem ser atribuídas a todas as medidas que vêem sendo implementadas pelo Banco Central para frear o consumo interno e reduzir a inflação.