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Ameaça

Tecnologia é arma contra incêndios em plantio de eucalipto

Queimadas preocupam gigantes da celulose no Estado

Três Lagoas, Água Clara e Brasilândia concentram mais da metade da cultura de eucalipto em Mato Grosso do Sul. O Estado tem 1,1 mil hectares plantados e é o terceiro no ranking do país. Em épocas de estiagem e clima seco, como agora, os incêndios se tornam ameaça e preocupam as “gigantes da celulose”.

As fábricas mantêm monitoramento constante em 500 mil hectares de floresta, onde caberiam quase 550 mil campos de futebol. 

Por isso, é preciso olhar  humano e eletrônico. Ao menos 600 brigadistas treinados pelas  duas empresas de Três Lagoas atuam diretamente no combate ao fogo. Eles percorrem diariamente uma área que inclui Selvíria, Aparecida do Taboado, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, além de Três Lagoas, Brasilândia e Água Clara. Quinze veículos transportam de 600 a 15 mil litros de água cada, além de uma espuma especial para conter queimadas. 

Os olhos eletrônicos estão em torres de observação com câmeras de alta definição espalhadas em toda a floresta. Elas auxiliam no monitoramento por técnicos especializados 24 horas por dia. Qualquer mudança na paisagem em um raio de centenas de coloca equipes em alerta. 

Só a empresa Suzano tem 21 torres. “O objetivo é detectar o quanto antes os focos de incêndios, determinar o ponto exato e acionar os brigadistas”, explica o gerente executivo florestal, Mário Grassi.

Inverno seco é período crítico

O que pode ser considerado como tempos de tranquilidade, durante os meses de novembro a março, se transforma em períodos críticos, de tensão e monitoramento constante das florestas no Inverno. As empresas de celulose redobram o trabalho das equipes em meses de estiagem, entre junho e setembro para evitar queimadas.

Em anos com mais chuvas, diz Mário Grassi, da Suzano Celulose, o número de ocorrências é sempre menor. “Este ano foi chuvoso no primeiro semestre e nossa expectativa é de que seja melhor em termos de ocorrências de queimadas”, disse.
De janeiro a julho, a empresa registrou 14 alertas para fogo em eucalipto – número bem abaixo da média do período, no ano passado, que foi de 25. Em todo o ano passado houve 50 casos.

Além de equipes de brigadistas e torres de monitoramento, as empresas aplicam técnicas antigas, mas eficazes, como a abertura de aceiros (valas) e de arruamento das plantações. Isso, segundo Grassi, evita a propagação de fogo entre talhões (divisões) das áreas cultivadas