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Três-lagoenses investem no setor alimentício como forma de complementarem renda

Estudante e aposentado apostam na produção de bolo de pote e bobó para aumentarem lucro mensal

Para tentar aumentar a renda financeira pessoal ou familiar, muitas pessoas têm conciliado dois empregos. Exemplo disso é a estudante do curso de Direito, Isabella Mendes, que é estagiária e cumpre uma jornada de trabalho de seis horas diárias. Em casa, a estudante tem outra atividade, a de produzir bolos de potes e de taças. “Concilio faculdade, estágio e produção de bolo caseiro todos os dias”, conta.

A jovem iniciou este negócio há menos de um mês e já nota diferença em seu orçamento. “Minha renda aumentou em quase 30% desde que passei a vender meus bolos”, aponta. Segundo Isabella, por semana, chega a receber pouco mais de 20 encomendas.

O aposentado José Carlos Sartorelli admite que a renda da aposentadoria seria insuficiente para manter os gastos da família e, por isso, tem a colaboração da esposa para o trabalho que exerce todas às noites em frente a uma faculdade em Três Lagoas. O vendedor de bobó chega a comercializar 20 porções por noite. “Quem prepara as porções são minha esposa e eu venho sozinho vender”, afirma.

A renda do três-lagoense Renato Kimura, de 53 anos, não é complementada com as comidas chinesas que também comercializa em frente à faculdade. Toda a renda de Kimura é obtida com o ramo alimentício há quatro anos. O preparo de mais de 30 potes de yakissobra, yakimeshi, salada de fruta e suco natural toma o tempo de quase o dia todo do vendedor, mas que ainda assim, tem disposição para passar cerca de quatro horas na lida.

EMPREENDEDORISMO

Uma pesquisa realizada pela "Global Entrepreneurship Monitor" aponta que 34 em cada 100 brasileiros possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio atualmente. Embora os exemplos de três-lagoenses com espírito empreendedor, nenhum deles se considera de fato um. Ainda que os lucros diários do vendedor Kimura sejam de R$ 180, em média, ele não se considera um empreendedor. “Não tenho meu próprio negócio. Como aqui é tudo improvisado, eu acho que precisava de um lugar com mais estrutura e equipamentos melhores para servir”, avalia.

A acadêmica Isabella se considera mais corajosa do que empreendedora e afirma que a necessidade em aumentar a própria renda é maior do que ter uma empresa física. A estudante, aliás, utiliza as redes sociais para divulgar os bolos, valores e contato para encomenda. 

(Com a colaboração de Loislenne Longui)