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Mato Grosso Do Sul

Turismo estadual busca conquistar público estrangeiro

Fundação do Turismo afirma que ainda este ano terá reflexos econômicos da campanha no exterior, corroborados pelo fim das restrições da Covid-19 para entrada de turistas no país

Gruta do Lago Azul, em Bonito (MS) - (Foto: Reprodução/ Esse Mundo é Nosso)
Gruta do Lago Azul, em Bonito (MS) - (Foto: Reprodução/ Esse Mundo é Nosso)

Desde o final do mês de maio, as regras para a entrada de turistas no país mudaram, seguindo novas normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que retirou as restrições sanitárias relacionadas à covid-19 para a entrada de viajantes no Brasil.

Com o fim da situação de emergência provocada pelo vírus, segundo determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS), não é mais necessário comprovar a vacinação ou realizar testes para detectar a Covid-19 no momento de desembarque. As novas regras valem tanto para aeroportos e aeronaves, quanto para viagens em cruzeiros.

O Brasil agora se une às práticas dos demais países do globo. Estados europeus liberaram a entrada de turistas ainda em 2022 e, mais recentemente, os Estados Unidos, que era o único país da América do Norte que ainda exigia a vacinação, retirou os embargos no início de maio deste ano.

A revogação chega em um momento de crescimento do setor. De acordo com o Ministério do Turismo e a Embratur, o Brasil recebeu quase três milhões de turistas estrangeiros só nos primeiros quatro meses de 2023, gerando a maior receita desde 2019, R$ 10,8 bilhões. Segundo o levantamento, o número equivale a 75% dos visitantes internacionais que entraram no país durante todo o ano de 2022.

O economista Michel Martines afirma que a Covid-19 desacelerou os investimentos e os lucros do setor, impactando os empresários. "Turismo foi, e sempre será, uma grande engrenagem de uma economia. Agora nós temos oportunidade novamente de avançar, então precisamos trazer esses empresários, ter uma conversa para que retome as atividades, porque o turismo gera empregos diretos e indiretos, movimenta a cadeia relacionada à alimetação, hospedagem e prestação de serviços. Isso é muito importante para o país".

Em Mato Grosso do Sul, o número de visitantes estrangeiros aumenta a cada ano, sendo uma das prioridades da Fundação de Turismo do Estado avançar na conquista de públicos fora do país, como explica o diretor-presidente Bruno Wendling.

"Com a volta dos voos internacionais, nós somos um destino já histórico, especialmente o Pantanal. Bonito ainda precisa crescer, nós temos ali 15% de fluxo internacional, mas com certeza vamos aumentar esse fluxo ainda neste ano. Contratamos representações do turismo de Mato Grosso do Sul nos Estados Unidos, estamos em fase de ontratação também na Europa, para promoção contínua nestes mercados", explica.

O diretor-presidente ainda afirma que somente a retirada das restrições da Covid-19 não vai impactar tanto o setor no Estado, que já está trabalhando há seis anos na divulgação dos destinos turísticos regionais na Europa e Estados Unidos.

Ainda com relação às medidas sanitárias, para as viagens em cruzeiros, empresas seguem obrigadas a notificar casos suspeitos e confirmados, além de isolar os doentes a bordo. Embora a Anvisa não exija mais a apresentação de certificado de vacinação ou teste de Covid-19, as companhias marítimas podem impor exigências próprias para embarque.

O relatório anual de impacto econômico do Conselho Mundial de Viagens e Turismo estima que, em 2023, a contribuição do setor para o Produto Interno Bruto (PIB) superará em 5% os níveis pré-pandemia, chegando a 7,8% do PIB do país, US$ 145,7 bilhões e quase oito milhões de empregos.