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Acadêmicos propõem ao MEC política pública de apoio a indígenas nas universidades

O secretario da Educação Superior (Sisu/MEC), se comprometeu a, em breve, convocar os índios para uma segunda reunião

Nos dias 22 e 23 de agosto uma comissão de acadêmicos indígenas da coordenação do Projeto Rede de Saberes esteve no Ministério da Educação (MEC), em Brasília, apresentando proposta de um programa de apoio a permanência de indígenas nas universidades.
 
A comissão foi formada por Marcelo Ribeiro Coelho e Luiz Henrique Eloy, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Roselaine Miguel, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Carolina Vicente, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).


O secretario da Educação Superior (Sisu/MEC), Luiz Cláudio Costa, se comprometeu a, em breve, convocar os índios para uma segunda reunião para dar encaminhamento à proposta. Ao expor suas experiências na universidade os indígenas perceberam que a Sisu desconhecia a realidade dos índios no Ensino Superior. “O acadêmico deixa sua comunidade e vai estudar na cidade, onde não tem onde morar e como se sustentar por isso urge a criação de uma política pública que garanta a efetiva permanência do indígena na universidade”, explicou Luiz.


Ao falar das dificuldades enfrentadas para concluir o curso, a acadêmica de Direito da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Carolina Vicente contou sobre o preconceito. Luiz Cláudio e a chefe de gabinete, Roberta Adami, ficaram surpresos com os relatos, pois imaginavam que situações de preconceito com indígenas não existiam dentro das universidades.


Os acadêmicos participaram também de reunião no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Com a coordenadora geral do Programa de Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas do CNPq, Maria Ângela Cunico, os estudantes discutiram sobre a necessidade de incentivar linhas de pesquisa indígena.

“Hoje nós temos pesquisadores índios falando de suas próprias comunidades e um número significativo de acadêmicos inseridos em programas de iniciação científica então porque não fomentar linhas de pesquisa nessa área? Seria uma forma desses profissionais índios darem uma devolutiva para suas comunidades”, questionou Luiz.