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Aulas Presenciais

Trabalhadores da educação repudiam volta às aulas presenciais

Entre os pedidos estão condições de infraestrutura

Trabalhadores da educação da rede estadual de Paranaíba emitiram nota de repúdio contra a volta às aulas presenciais. - DIVULGAÇÃO
Trabalhadores da educação da rede estadual de Paranaíba emitiram nota de repúdio contra a volta às aulas presenciais. - DIVULGAÇÃO

Trabalhadores da educação da rede estadual de Paranaíba emitiram nota de repúdio contra a volta às aulas presenciais.

Entre os pedidos estão condições de infraestrutura para garantia das atividades híbridas. 

A nota pontua que a pressa pelo retorno às atividades presenciais escolares no dia 2 de agosto expõe estudantes que ainda não foram vacinados, professores e servidores que não obtiveram a imunização completa ao risco iminente de contaminação pela Covid-19, uma vez que cerca de 38 municípios do estado, incluindo Paranaíba, apresentam bandeira vermelha, categorizando alto grau de infecção para a doença.

Por fim os trabalhadores dizem querer o retorno das atividades presenciais de forma segura, em defesa da própria educação e da vida.

A nota já foi assinada por mais de 130 profissionais em Paranaíba, até o fechamento desta matéria.

Segue a nota na íntegra:
“O SINTED (Sindicato dos trabalhadores em educação de Paranaíba) e os profissionais da educação, e demais funcionárias/os que compõem o corpo de trabalhadoras/es das escolas estaduais de Educação Básica de Paranaíba-MS, repudiamos veementemente o retorno às aulas presenciais enquanto existir condições que representem riscos graves à segurança, à saúde e à vida dos/as docentes, discentes e servidores/as. 

O que se alega por meio desta nota de repúdio é que a pressa pelo retorno às atividades presenciais escolares no dia 02 de agosto estará expondo estudantes que ainda não foram vacinados/as, professores/as e servidores/as que não obtiveram a imunização completa ao risco iminente de contaminação pela Covid-19, uma vez que cerca de 38 municípios do estado, incluindo Paranaíba, apresentam bandeira vermelha, categorizando alto grau de infecção para a doença. Sabe-se também que por existirem muitos problemas estruturais nas instituições, como a quantidade excedente de aluno/a por sala, falta de funcionários/as para garantir a higienização constante e necessária dos espaços físicos da escola e falta de equipamentos para realizar a higienização adequada dos/as estudantes, por consequência o protocolo de volta às aulas será então uma utopia no que se refere à biossegurança. Desse modo, não existe na realidade das escolas o cumprimento do protocolo de segurança apresentado pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED/MS) para o retorno presencial das aulas. 

Assim a categoria de trabalhadores/as em Educação, por considerar de extrema irresponsabilidade o retorno sem a imunização completa da população, e por existir muitos municípios que registram um número considerável de novos casos e óbitos por Covid-19, reivindica que o retorno às aulas presenciais ocorra no momento em que três condições sejam atendidas:

i) que tenha sido efetivada a imunização completa da comunidade escolar;

ii) que as condições de infraestrutura para atividades híbridas tenham sido garantidas; e

iii) que o cenário epidemiológico dos municípios, como no caso de Paranaíba, seja favorável, com baixa taxa de transmissão da Covid-19.

Além disso, repudiamos a pressão que o Estado está exercendo referente a volta compulsória às salas de aulas na rede estadual de ensino, retirando o direito dos pais de alunos/as que não se sentem seguros/as com seus filhos/as no ambiente escolar em pleno cenário pandêmico, de escolher o retorno ou não às atividades presenciais.

Negar o direito de escolha dos/as estudantes em não retornar às salas de aulas sem a aplicação das duas doses da vacina, e sem condições estruturais para garantir a segurança é um ataque à vida. 

Feitos tais esclarecimentos, ressaltamos que nosso posicionamento é contrário ao retorno presencial das atividades escolares nas atuais circunstâncias, sendo evidente a impossibilidade de um retorno com condições sanitárias adequadas.

Defendemos a prestação de serviço por meio do ensino remoto enquanto não houver um retorno presencial seguro. Queremos o retorno das atividades presenciais sim, de forma segura, em defesa da própria educação e da vida”.