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UFMS de Três Lagoas adere à greve nacional

A classe parou por tempo indeterminado. Aproximadamente 1.200 alunos ficarão sem aula

Professores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) de Três Lagoas decidiram ontem, durante assembleia, entrar em greve por tempo indeterminado. De acordo com o professor de história e coordenador do setor de comunicação do comando de greve, Lourival Santos, a assembleia contou com a participação de representantes das duas frentes: a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – região leste sul-mato-grossense (ADLeste – S. Sind.) e da Associação de Docentes.

Conforme Santos, cerca de 1.200 alunos ficarão sem aula. Hoje, os professores realizarão piquet de convencimento. “Os docentes que preferirem trabalhar não serão impedidos. Porém, passaremos as mensagens de greve e da nossa realidade à eles”, disse. Na última paralisação, realizada no dia 24 de maio, 90% dos educadores aderiram ao movimento. “Acreditamos que agora não será diferente”, disse.

Amanhã os professores vão se reunir mais uma vez para definir as ações de greve. Segundo Santos, entre as propostas de manifestação estão aula ao ar livre, confecção de cartazes e passeatas. Entre as reivindicações da classe estão à reestruturação do plano de carreiras e melhorias nas condições de trabalho, que vão desde a contratação de novos professores a investimentos em laboratórios e na estrutura das salas de aula.

Para Três Lagoas, em particular, a classe luta ainda pela construção de um restaurante universitário, além de uma morada estudantil. Santos contou que atualmente muitos alunos não estão conseguindo se manter na cidade, devido aos auto preços de aluguéis, e acabam retornando a suas cidades de origem sem concluir o ensino superior. “Sabemos que o Enem ampliou as chances de conquistar uma vaga na universidade. Muitas pessoas de baixa renda passaram a ter acesso ao nível superior após a essa mudança. Geralmente, são essas pessoas que acabam tendo de desistir dos estudos”, disse o professor. “Será que apenas as pessoas de classe média conseguirão ter acesso a universidade?”, indagou.