Veículos de Comunicação

Esportes

"A culpa é do Jamiro Rodrigues" diz Sebastião

Sebastião Neto atribui ao presidente do Misto os problemas administrativos do clube

O ex-assessor de imprensa do Misto, Sebastião Rodrigues Neto, culpou o presidente Jamiro Rodrigues de ser o causador de todos os problemas administrativos do clube em entrevista coletiva concedida ontem (20) no Centro Cultural.

Segundo Neto, o presidente recebeu dinheiro da partida contra o Corinthians pela Copa do Brasil e usou para pagar dívidas sem ao menos consultar a diretoria do clube e não prestou conta dos gastos. A entrevista coletiva teria sido marcada apenas para ontem porque ele esperava o pronunciamento do departamento fiscal.

Duas entrevistas concedidas pelo presidente para a imprensa local, inclusive para o Jornal do Povo, surpreenderam o ex-assessor. Rodrigues teria dito à imprensa que ele não havia prestado conta ao clube do dinheiro gasto. Neto rebateu, munido de cópias de documentos, afirmando que na realidade quem não prestou contas foi o presidente.

“Existem indícios de que foram usados recursos repassados pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e pela Federação de Futebol Sulmatogrossense teriam sido usados sem o conhecimento da diretoria e do conselho fiscal”, afirmou.

Ainda segundo Neto, a CBF depositou o dinheiro na conta da Federação, que por sua vez, repassou o dinheiro a conta do Misto. “Era só ele avisar, protocolar uma ata que a diretoria aprovaria o pagamento”, disse. Os documentos recolhidos seriam uma precaução.

“Como sou sobrinho dele (do presidente), mais adiante se dá algum problema ninguém aceitaria ou acreditaria que eu não estaria envolvido. No dia da reunião que tivemos ele apresentou um relatório com gastos de R$ 90 mil, mas não tinha uma nota fiscal sequer”, frisou mostrando uma folha de papel com anotações de gastos que teria sido feita pelo presidente.

Foram depositados cerca de R$ 138 mil reais pela CBF. “Faltaram 42, 45 mil reais. Foi solicitado um prazo ao presidente para que prestasse contas, mas isso não ocorreu”. O objetivo da entrevista, de acordo com ele não deixar que o nome dele, de sua família e do clube serem prejudicados. “A minha mãe está com problemas de saúde, meu filho foi questionado na escola, me chamaram de ladrão. Tem gente que fala demais, mas tenho tudo aqui para provar que não coloquei e nem meu irmão colocou a mão em nada do que pertence ao clube”.

Na reunião citada por Neto, dois fatos chamaram a atenção. O primeiro seria o fato do presidente afirmar que mandaria sozinho no clube, que estaria assumindo o controle total e o segundo o afastamento do tesoureiro que estaria cobrando insistentemente a prestação de contas. “Eu falei para o Miro que se ele fosse agir assim eu sairia e saí”, disse.
“Vai ser feita uma solicitação para a Federação para que devolva esse dinheiro porque não há justificativas. Pode tudo ir parar na justiça”, previu. Neto aproveitou para dar sua opinião particular a respeito da conduta do presidente do Misto.


“Na minha opinião ele (Jamiro Rodrigues) foi inconseqüente e irresponsável. O que eu tiver que acioná-lo na Justiça, eu vou acionar”, afirmou. Ele revelou ainda que o mandatário do “Carcará” pode perder o cargo. “O presidente pode ser caçado. Já tem dois itens do estatuto do clube que ele infringiu e que o advogado já afirmou que existe essa possibilidade”.

ALEXANDRE

Sebastião Neto explicou a saída do goleiro Alexandre da equipe. O Bragantino, clube do interior paulista que disputa a série B do campeonato brasileiro. Segundo ele o erro foi do jogador que comunicou a diretoria inicialmente que não teria procurador ou empresário e depois voltou atrás.

“O Bragantino queria um empréstimo direto do Misto para ele, não queria pagar nada a empresários ou representantes. Nós iríamos atualizar o contrato dele para um salário parecido com que o Bragantino estava oferecendo e estipular a multa em R$ 250 mil, daí ele teria direito aos 15% da negociação”.

 

Ainda segundo o ex-assessor do Misto, Alexandre garantiu que não tinha ninguém e depois apareceram três pessoas o oferecendo ao time paulista. “É claro que o Bragantino falou que dessa forma não tinha mais negócio”.