* Tatiane Leite da Cruz: Acadêmica do curso de Administração – Campus de Três Lagoas/MS.
* Carolina Lemes Runichi: Acadêmica do curso de Direito – Campus de Três Lagoas/MS.
“Alcoolismo nunca foi problema exclusivo dos adultos. Pode também acometer os adolescentes. Hoje, no Brasil, causa grande preocupação o fato de os jovens começarem a beber cada vez mais cedo e as meninas, a beber tanto ou mais que os meninos. Pior, ainda, é que certamente parte deles conviverá com a dependência do álcool no futuro”. Dr. Dráuzio Varella.
Álcool e jovens: uma combinação desastrosa. Pesquisas revelam pessoas consumindo bebida alcoólica cada vez mais cedo, alguns se tornam dependentes antes mesmo de chegarem à vida adulta. Os números são apavorantes e vêm crescendo dia após dia. O uso excessivo de álcool na adolescência se dá por vários motivos, o mais comum deles é quando a própria família tem o costume de consumir bebidas alcoólicas. Em alguns casos, os adolescentes se refugiam no álcool para suprir algum tipo de carência.
O alcoolismo na adolescência acaba sendo um problema social, aumentando o número de acidentes no trânsito e até mesmo levando a práticas delituosas. Além disso, o álcool causa sérios danos à saúde, tais como, modificações neuroquímicas, prejuízo na memória e no aprendizado, consequentemente, afetando o desempenho escolar dos jovens. Quando mais precoce o uso, maior o risco de surgirem consequências graves, tanto para a sociedade quanto para o indivíduo. Com essas informações, não podemos negar que o consumo alcoólico na adolescência causa sérias consequências, tanto orgânicas, como comportamentais e afeta, principalmente, a formação da personalidade, causando muitos distúrbios e transtornos para os jovens.
Segundo IlanaPinsky e Victor Pavarino Filho no texto “A apologia do consumo de bebidas alcoólicas e da velocidade no trânsito no Brasil: considerações sobre a propaganda de dois problemas de saúde pública” – publicado na Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, a publicidade incita os jovens ao alcoolismo, pois ela coloca o consumo perante a sociedade como algo rotineiro.
É claro que o tema traz consigo muita polêmica, pois fica difícil entender como um país cujas leis proíbem o uso de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos possui um número tão elevado de jovens entre 12 a 17 anos fazendo tal uso tão deliberadamente. Significa que a lei não está sendo e nunca foi cumprida de fato. Infelizmente temos uma legislação riquíssima, porém pouco executada e fiscalizada.
Diante do exposto, é obvio que precisamos de políticas públicas que voltem olhares mais críticos para o problema. Os jovens devem ter opções de lazer e programas de apoio eficientes para que não precisem buscar refúgio e amparo no álcool. Indo além, necessita-se de soluções audaciosas que vão contrariar interesses econômicos de grandes grupos ligados a riquíssimas indústrias de bebidas e principalmente da mídia que fatura milhões embebedando nossos jovens e adultos diariamente.
