Veículos de Comunicação

Opinião

Capacitação sustentável

Quem está empregado, tenta manter-se a todo custo, reduzindo gastos

A vida cotidiana mostra que a crise econômica avança. Os preços sobem, o dólar oscila em nível alto, o crédito some assim como os investimentos, o desemprego aumenta e a percepção de queda no poder aquisitivo é sensível, principalmente para famílias que diminuíram a renda em razão da perda de emprego. 

Quem está empregado, tenta manter-se a todo custo, reduzindo gastos. 

Esse quadro cíclico, que reverbera na redução do Produto Interno Bruto (PIB) e nas taxas de crescimento, não são suficientes para interromper o aumento da confiança no programa Aprendiz Legal, que segue aquecido na capital paulista. Comparando os números de aprendizes em atividade no mês de setembro deste ano ante o mesmo período de 2014, registra-se um crescimento de 11,6%, com a quebra de um recorde: mais de 15 mil jovens entre 14 e 24 anos são beneficiados hoje pelo programa na cidade de São Paulo.

Entre as principais razões para esse crescimento está na aposta das empresas em formar seus próprios talentos por meio de um programa social que insere os jovens – muitas vezes carentes e moradores de áreas de vulnerabilidade social – no mercado de trabalho brasileiro. 

Quando a crise se esvair, as empresas sabem da necessidade de ter um quadro qualificado de colaboradores, para atender a demanda gerada pela retomada de crescimento, que poderá ser comprometida pela crônica deficiência de mão de obra especializada.

O Aprendiz Legal é um programa que visa à formação profissional e cidadã de jovens para o mercado de trabalho. Apoiado na Lei da Aprendizagem (número 10.097/00) – que determina a contratação de cota de aprendizes para grandes e médias empresas –, o programa é fruto da parceria do Ciee com a Fundação Roberto Marinho. 

Uma vez por semana, os jovens recebem capacitação teórica ministrada o Ciee em várias modalidades: auxiliar de alimentação, auxiliar de produção, comércio e varejo, logística, ocupações administrativas, práticas bancárias, telesserviços, turismo e hospitalidade, e telemática, além da capacitação prática na própria empresa. 

Abrir valiosas oportunidades aos jovens, portanto, é investir no futuro, garantindo lá na frente resultados mais competitivos e animadores para todos os ramos de atividade e ajudando, assim, a construção de um desenvolvimento mais sustentável.

 

* Luiz Gonzaga Bertelli é presidente do Conselho de Administração do Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola), de São Paulo, e presidente da Academia Paulista de História