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Opinião

Editorial: Injeção de ânimo

Economistas preveem que só a partir de 2017 voltaremos a crescer

A anunciada a Copa do Mundo no Brasil, muitos especialistas analisaram qual o saldo deixado pelo mundial de futebol na África do Sul. A maioria foi enfática em dizer que o maior benefício obtido não foi o dinheiro deixado pelos turistas no país, mas a injeção de ânimo aplicada na população daquele país. O sul africano sentiu orgulho em fazer parte de um dos maiores eventos do mundo.

No Brasil, o saldo não foi o esperado. O que se viu após a Copa foi um descontentamento generalizado pela divulgação de gastos com o superfaturamento na construção das arenas esportivas e a inutilidade de algumas depois do certame, porque foram construídas em algumas cidades, que além de não terem clubes de futebol de tradição, também não têm cronograma de eventos alternativos que lhes pode dar mais utilidade. Em seguida veio a eleição presidencial, que praticamente dividiu o país entre prós e contras, considerando-se a estreita margem do resultado. E, depois, eclodiu o estelionato eleitoral com a alta desenfreada no custo de vida do brasileiro, agravado pela revelação revoltante de roubo e corrupção na Petrobras, de onde milhões de dólares saíram para os bolsos de diretores ladrões e para partidos políticos que envergonham a história republicana, os quais estão sendo  desmascarados pela ação competente de um juiz federal no Estado do Paraná.  O país vive a paralisia do mau desempenho da economia, que resvala na aflição que alcança o mais simples trabalhador ao mais graduado empresário.  Não há lugar onde não haja expectativa por dias melhores.  Os economistas preveem que só a partir de 2017 voltaremos a crescer. Até lá vamos trabalhar para sobreviver, porque a economia sem ajustes não terá como deslanchar.

O quadro é extremamente adverso, o Brasil está engessado. Estamos na UTI. Desolados buscamos as fórmulas que podem proporcionar  reação para não ficarmos reféns do governo federal, cuja situação institucional não se sabe aonde chegará. Certamente, estará a salvo, se não houver fortes indícios de que patrocinou toda essa sujeira. Difícil acreditar o contrário. A sede pelo poder continua grande, não querem desgarrar do centro de decisões. Mas, despeito de tudo que vivemos, olhemos para Três Lagoas, que a despeito de uma administração sob o crivo da população quanto ao desempenho, dá ares de que será diante de tantas adversidades que atravessa o país, um oásis em um ambiente tão árido quanto se apresenta atualmente a economia do país. Neste quadro de imensas dificuldades, o desenvolvimento industrial de Três Lagoas está calcado principalmente nos índices econômicos da produção da celulose, que rotula o município como o que mais produz celulose no mundo. A anunciada ampliação da fábrica de celulose da Fibria, que concretamente apresenta cronograma de começo e fim de sua execução, indicando, inclusive, as suas fontes de investimento praticamente dá alento e folego para a economia local, que mais uma vez gravitará em torno desta obra de fábrica. Por seu turno, a Eldorado Brasil, anuncia o inicio da terraplanagem da área onde irá implantar a expansão da sua fábrica de celulose. A ampliação da fábrica da Cargil já em curso e a possível retomada da construção da fábrica de fertilizantes da Petrobras para o segundo semestre, embora dependa de confirmação, são fatores, que somados, asseguram independentemente do desempenho da economia nacional, a possibilidade de respiramos mais possibilidades de negócio na cidade e o consequente aquecimento da economia local. Essas circunstâncias  fazem de Três lagoas o diferencial em relação a milhares de outras cidades do país, as quais acabam vivendo período de “paradeira” por conta da crueldade e incapacidade dos governantes federais em darem ao país o que o seu povo reclama – desenvolvimento e prosperidade. As duas fábricas de celulose, se construídas simultaneamente investirão, 15,7 bilhões. Substancial parte destes recursos serão gastos em Três Lagoas , seja na contratação de obras e serviços, seja nos reflexos que proporcionarão no comércio local. Diante desta possibilidade concreta, iniciadas as expansões destas duas grandes fábricas de celulose, o ânimo invade o comércio,  desperta novas possibilidades de negócio para o empresariado e acena a perspectiva de execução de mais obras públicas diante da destinação de vultosos recursos a título de compensação para aplacar os impactos ambientais que certamente serão causados à comunidade.Portanto, a elaboração de um programa prévio de execução de obras públicas com estes recursos é mais do que oportuno, porque além de não haver o risco de pulverização com a execução de pequenas aquisições e obras, as quais não resolvem os problemas que afligem a cidade, proporciona uma aplicação mais efetiva em setores mais deficiente da infraestrutura urbana da cidade.Como temos chance de retomada de negócios em consequência do desenvolvimento industrial é certo que a injeção de ânimo chega em boa hora.