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Artigo

Inversão de valores

Artigo escrito pelo empresário e diretor da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, Marcelo Silveira

Ao longo da lida diária nos corredores forenses, forçosa e preocupante é a reflexão acerca dos impactos suportados pela sociedade com a inversão de valores morais e legais ao longo das gerações, o relato do senhor que na juventude fora repreendido pelo avô por usar uma calça jeans, à ruptura da ordem jurídica com a leniência do Estado para com as infrações praticadas por menores, bem como a usurpação/detrimento ao direito de defesa da propriedade privada e pública face as invasões praticadas por indígenas e “trabalhadores” integrantes de movimentos intitulados “sociais”. 

No tempo de mocidade do senhor repreendido por usar calça jeans, o jovem estudava, auxiliava a família nas lides do lar, e era apresentado pelo pai há um produtor agropecuário, comerciante ou industrial em busca da oportunidade de ser um aprendiz, e em contrapartida ao auxilio (serviço) prestado estava a nobre recompensa de, ao atingir a maturidade, se apresentar apto para exercer o oficio que bem entendesse e preparado para a vida e ao trabalho! Na qual muitos se sagraram vencedores, e o número de menores infratores era mínimo nas pequenas cidades, e nos grandes centros os “trombadinhas” eram retratados com certo romantismo em “Capitães da Areia”, e os professores não sofriam agressões nas salas de aula. 

Ao passo que a lei de forma correta coibiu a exploração do Trabalho Infantil, o numero de jovens infratores aumenta de forma estarrecedora Brasil a fora. O espirito da lei foi coibir o explorador do trabalho infantil, que tinha mais menores com pagamentos ínfimos em seu quadro de colaboradores do que adultos. O trabalho forja o homem através da penitencia. E atualmente “trabalhadores” integrantes de movimentos “sociais”, rompem a ordem jurídica com invasões de propriedades agroindustriais, com furto e depredação de instalações e bens privados, dando aula aos movimentos indígenas, em especial os conflitos que assolam nosso estado, estampam tal realidade. 

Os direitos humanos arduamente conquistados hoje conflitam com o direito secular e constitucional de defesa da propriedade privada, e vândalos depredam instalações públicas e privadas, pasmem, sem sofrer qualquer sanção efetiva por parte do Estado. A impotência e negligência do estado para com a educação, a proteção exacerbada aos menores, que têm plena consciência dos seus atos, impacta diretamente o cotidiano da sociedade brasileira, seja com funcionários “graduados” que não sabem trabalhar, seja com criminosos disfarçados de “trabalhadores” e indígenas protegidos por uma legislação conflitante com os costumes e diretos seculares. Tempo bom era aquele que “guri” vendia picolé.

* É advogado e empresário, diretor da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas.