Veículos de Comunicação

Editorial

Lixo e Coleta Seletiva

Em Três Lagoas, passa da hora do poder público estimular a constituição de uma cooperativa de reciclagem de resíduos

Material reciclável separado para coleta seletiva - Divulgação/Assessoria
Material reciclável separado para coleta seletiva - Divulgação/Assessoria

O lixo produzido no Brasil e a forma como é descartado causa arrepios. Depositado nas ruas e calçadas, aqueles que o produzem demonstram que não têm nenhuma consciência de preservação do meio ambiente onde vivem. Pouco importa o gesto incivilizado, só pensam em se livrar do lixo que os incomoda.

Infelizmente, falta educação ambiental, aliás, tema mais do que atual se considerarmos as possibilidades de seu aproveitamento racional, que pode gerar riquezas quando reciclados através da coleta seletiva. A separação seletiva entre os descartáveis de papéis, vidros, plásticos e metais, entre tantos outros itens, quando recolhidos de forma seletiva e acondicionados corretamente, ensejam para fins de reciclagem oportunidades de geração de emprego e renda para uma legião de pessoas fora do mercado de trabalho.

Em Três Lagoas, passa da hora do poder público estimular a constituição de uma cooperativa de reciclagem de resíduos, os quais invariavelmente são destinados para o reaproveitamento industrial, proporcionando para seus cooperados substancial ganho e melhoria de qualidade de vida. Geralmente, essas cooperativas contam com a participação direta de catadores de lixo – pessoas sem instrução e que têm dificuldade para serem incluídas no mercado formal de trabalho. Essas cooperativas são oportunidades que surgem para tirar em breve tempo pessoas da fome e da miséria diante de um cenário adverso que vivem e que atualmente exige cada vez mais qualificação e preparo para o desempenho de atividades laborais.

Não há dúvida que a seleção correta do lixo proporciona rendimentos que asseguram a sobrevivência digna de uma legião de pessoas menos favorecidas financeiramente. Além dessa circunstância, a adoção da coleta seletiva proporciona a diminuição da poluição ambiental e contribui decisivamente para que todos vivam em uma cidade com ruas e calçadas limpas. Essa limpeza por si só atesta de pronto o grau de importância que os cidadãos dão aos aspectos da própria cidade onde vivem.

Mas, se cumpre ao poder público estimular essa prática de coleta e dar destinação adequada do lixo que as pessoas produzem, sem ficar reclamando em quaisquer oportunidades, além de ameaçar os cidadãos para que mantenham seus terrenos limpos, porque não convocar como parceira efetiva para alcançar resultados a empresa credenciada pela administração municipal que coleta o lixo residencial para ajudar mitigar os efeitos da poluição ambiental causada pelo despejo de lixo nas vias públicas, entre os estímulos e providencias para o acondicionamento correto desse descarte? A parceria pública privada tão em moda na atualidade pode subsidiar estudos e campanhas, além de arcar com gastos inerentes a ação educacional em defesa do meio ambiente. Três Lagoas precisar ser reconhecida como uma cidade limpa como as da maioria das cidades circunvizinhas no Estado de São Paulo. 

A cobrança da taxa de coleta de lixo está suspensa, por conta de deliberação da Câmara Municipal que devolveu parte de seu duodécimo para a municipalidade suspender a cobrança desse ônus que recaiu sobre os contribuintes. Embora louvável, não é o melhor caminho a isenção ou cobrança de taxas de recolhimento de lixo. É preciso preparar a comunidade para os efeitos da boa educação ambiental disseminando práticas que atestarão a melhoria dos índices de qualidade de vida da população.