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Mulheres-Alfa: o desafio

Quem tem medo das mulheres-alfa? Penso que o dia 08 de março deveria ser renomeado e que passemos a comemorar o Dia Internacional da Mulher-Alfa. Elas são empreendedoras, grandes profissionais e já ascenderam, inclusive, às chefias de Estado das maiores economias do planeta. Conseguem somar a isso as funções de mães, chefes de família e “tepeemistas” por natureza. Que homem conseguiria essa proeza? E não estou aqui disposto a um discurso feminista raso. O caso é de maior grandeza: o século XXI pertence à sensibilidade proativa das mulheres-alfa. Concorda, Bia Willcox? (HELDER CALDEIRA)
 
Como homem sensível que você é, deve saber – ou ao menos imaginar – que a mulher hoje se incumbe de tanta coisa, açambarca mais tantas outras, que talvez eu discorde de você quanto à mudança do nome atribuído ao dia 08 de março. Sim, deve ser um dia internacional, mas o Dia da Mulher-Alfabeto, quando homenagearíamos a mulher-alfa, beta, gama, e todas mais que existem pelo mundo, com sua multiplicidade de funções, características e atitudes. As mulheres de agora são todas essas opções do alfabeto que incluem maternidade, perfeccionismo, romantismo, vaidade, assistencialismo, sensibilidade, eficiência, ciúme e outras “humanidades” típicas da gente. Helder, você nunca viu uma mulher incrivelmente competente, chorar, se zangar sem motivo, se tornar frágil ou “fazer a Shakira”? (BIA WILLCOX)
 
Claro que sim! E isso é extremamente interessante: esse “shakirismo” não abalar as competências profissionais e pessoais. Mas discordo na amplitude do alfabeto. Senão vamos acabar incluindo nesse bojo as muitas “mulheres-fruta”, “mulheres-parte-do-corpo”, “mulheres-dimensão-da-anca”. Pode até parecer um retumbante preconceito de minha parte, mas penso que, enquanto as extraordinárias mulheres-alfa lutam e constroem diuturnamente perfis e imagens tão competentes, afirmativos e – óbvio! – invejáveis (Zuenir Ventura diria “admiráveis”!), outras tantas insistem desmontá-los em nome de flashes efêmeros. Como, então, abraçar tantas variáveis sob um mesmo signo? Seria prudente? (HELDER CALDEIRA)
 
A mulher (ok, alfa!) de hoje abraça a causa da sua imagem e do seu conteúdo. Ela investe no intelecto e na racionalidade, investe no cabelo e na silhueta, e, se perde a feminilidade ou a docilidade, como num malabarismo de pratos, ela rapidamente tenta se reequilibrar e investir no que lhe dá mais prazer: ser mulher simplesmente com todos os seus altos e baixos. As “mulheres-flash” ainda vão perceber que a imagem só vale se acompanhar conteúdo. Harmonia plástica, sim! Beleza pura? Nem sempre. Charme de todas as formas, sim! Futilidade, não! E, se no caleidoscópio da atualidade predomina a futilidade e o fugaz, experimente girá-lo devagar e você vai ver as conformações brilhantes e diferenciadas de certos cristais coloridos – as mulheres-alfa ou alfabeto, com o brilho de seu esforço e versatilidade. Já teve um caleidoscópio, Helder? (BIA WILLCOX)
 
Caleidoscópio. Ótima referência, Bia! Do grego, “kalos” (belo; bonito), “eidos” (imagem; figura) e “scopeo” (olhar para; observar). Já tive um caleidoscópio… já vi muitas imagens bonitas, às vezes girando rápido demais, outrora girando bem devagar. Aliás, essa é uma das características que mais me apraz nas mulheres-alfa: no caleidoscópio da era digital, em giro rápido ou lento, elas são “mulheres-maravilha” (viva Lynda Carter!). Mas será que elas já conseguem separar a razão da emoção? O sexo do sentimento? E mais: será que isso é realmente necessário nesses novos tempos do mundo? Deixo-te essas questões, Bia. Porque em minhas palavras finais, só posso concluir que nesse dia 08 de março, é impossível não se render a essas maravilhosas mulheres, sejam elas “alfa” ou “flash”, “beta” ou “frutas”. Carpe diem, meninas! (HELDER CALDEIRA)
 
Helder, adoro sua visão caleidoscópica das questões humanas. As mulheres de hoje estão se “alfa-betizando” e conseguindo, mesmo às vezes sem um perfeito equilíbrio, racionalizar emoções e emocionar a razão. Buscam ser tudo ao mesmo tempo, ainda que saibam intimamente do que são capazes e até onde podem ir (na verdade pensam que sabem, pois podem muito mais!). Se é necessário caminhar nessa direção? Acho que eu não poderia responder: só o tempo nos dirá! O que sei é que vejo mulheres dissociando sexo de amor e homens já conseguindo associar os dois. Minha reverência a estas que conseguem se transformar e transformar os homens, impactando tão lindamente o mundo em que vivemos. (BIA WILLCOX)

*Bia Willcox
Mulher, Mãe, Empresária, Editora, e Produtora de conteúdos.
 Helder Caldeira
Homem, Escritor, Jornalista e Comentarista Político da Rede Record Mato Grosso