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O encontro da indústria com seu destino

O risco de desindustrialização do país ocupa a pauta de empresários, Governos e instituições ligadas ao setor, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as respectivas Federações de cada Estado. Não é à toa que tantos se reúnem em torno de uma probabilidade que, a cada dia, afugenta investimentos, ameaça salários e empregos e põe à prova a capacidade do Brasil de integrar-se ao mercado mundial e ocupar um papel de liderança junto a outras grandes economias.

Encontro recente de líderes empresariais, presidentes das Federações das Indústrias e mais os dirigentes da CNI com 3 Ministros de Estados (Indústria, Educação e Tecnologia) e a presidente Dilma Rousseff, evidenciou o lado produtivo deste debate, com a entrada em cena do Senai e o lançamento do Programa de Competitividade para a Indústria. Esta é uma das bases da solução para resgatar o potencial da nossa indústria.

Para que o Brasil se torne competitivo é preciso investir em novas tecnologias que permitam a modernização do processo de produção e, acima de tudo, reduzir o chamado Custo Brasil que inviabiliza qualquer iniciativa empresarial para aprimorar seu parque industrial, contratar mais, conquistar novos mercados, romper fronteiras, enfim, fazer movimentar com mais vigor esta engrenagem que ainda é um dos pilares de qualquer economia estável no planeta.

É relevante assistir a presidente Dilma e seus 3 Ministros, elogiando os processos de qualificação do Senai e as parcerias que estão em andamento por meio, principalmente, do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). Mais do que isso, perceber o envolvimento e empenho do Governo Federal em construir uma agenda positiva para a indústria. Este, sem dúvida, já é um avanço considerável.

No seu movimento mais evidente, em abril passado, o Governo promoveu estímulo a setores estratégicos, aumentando créditos subsidiados pelo BNDES e desoneração de impostos a outros. Mas o Custo Brasil e o Custo Mato Grosso do Sul continuam proibitivos. Veja, o exemplo do setor de celulose e papel. Nossas florestas produzem a celulose mais barata do mundo, porém o preço do papel já começa a ser impactado pelos custos do Brasil. A International Paper, gigante do setor, já está deixando de exportar para outros continentes porque não suporta a concorrência internacional.

Algumas correntes econômicas indicam que o Brasil passa por um momento de refinamento do seu processo produtivo. Caminhamos, segundo esses estudiosos, para um estágio de modernização tecnológica do nosso parque industrial e da qualidade dos salários e do trabalho que oferecemos. É uma visão de longo prazo, mas razoável na medida em que nos afirmamos como uma das maiores economias do mundo. E, como toda grande Nação que se preza, o protecionismo deve ser eliminado da agenda da indústria. A parte maior da riqueza gerada em um país também deve ser resultado do intercâmbio de produtos, empresas e investimentos com outras nações. Economias fechadas não são inovadoras.

Os caminhos para a indústria brasileira seguem um roteiro que, necessariamente, deve ser escrito conjuntamente pelos empresários, suas lideranças e Governos. Só assim conseguiremos extrair todo o nosso potencial produtivo, criativo e inovador. Mais do que reduzir juros e desonerar alguns setores, é mais do que necessário mobilizar esforços e recursos para reduzir, ao menos, os impactos dos principais gargalos da indústria, notoriamente identificados, registrados e conhecidos por cada um e todos que deste processo fazem parte.

Agir decisivamente para reparar, reformar e/ou construir estradas, resgatar o transporte de cargas pelas linhas férreas e toda a viabilidade do modal hidroviário, encontrar os mecanismos de diminuir os custos da energia, já seriam fundamentais para que pudéssemos enxergar uma luz no fim do túnel. Com mais amplitude, uma reforma tributária integral e não fatiada como vem sendo feita, seria o melhor dos cenários. A produção é dinâmica. O Sistema é lento.

É neste cenário, de ameaças e também de muito otimismo, que vamos realizar a Expo-MS Industrial 2012. Já estamos com 180 estandes fechados e a participação assegurada de 190 expositores de 14 segmentos. É a 3ª Feira que realizamos e pretendemos que marque o Encontro das pessoas com a Força da Produção. Vamos contar com palestrantes que nos tragam informações sobre o cenário nacional, como o ex-ministro Maílson da Nóbrega.

Neste encontro vamos destacar a competitividade, produtividade e inovação do nosso parque industrial. Temos crescido acima dos índices nacionais, até porque ainda somos um Estado jovem e que recebe muitos novos investimentos. E isso reflete no desempenho produtivo. Mais do que um ambiente de negócios, vamos trazer para este Encontro algumas novidades, como o processo completo do vestuário/têxtil, a olimpíadas do conhecimento do Senai, rodada internacional e muito mais.

A Expo-MS Industrial 2012 é o cenário ideal para mostrarmos o fortalecimento do nosso setor.

A nossa indústria, com toda certeza, tem um encontro assegurado com um destino pleno de produtividade e conquistas para todo o Mato Grosso do Sul.

(*) Sérgio Longen é empresário do setor de alimentos e presidente da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul