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Opinião

Sete dias nos Estados Unidos da América

Fazer as pessoas conhecerem outras culturas deveria ser obrigação escolar. Não só o conhecimento dos livros, mas aquele pessoal, que se pode tocar, ver, ouvir, pegar, pisar, aprender, perceber, etc.
Por uma semana estive pela 1ª vez fora do Brasil e percebí o quanto somos atrasados. Vivemos do primeiro ao quinto mundo em um minuto por aqui. Chegando lá,  no aeroporto de Miami você vê a potência da nação americana. Gigantismos são peculiares em suas obras. Um aeroporto com 120 gates(portões) ou seja, podendo receber um número de aviões de todas as partes do mundo ao mesmo tempo. Esteiras rolantes são comuns nos aeroportos e parques. Contra a natureza, as cidades da costa leste  foram construídas sobre um pântano, existindo lagoas por todos os lados. Ainda de madrugada, saindo do aeroporto, encontramos o sisudo motorista americano que nos atendeu em seu ônibus. Passamos a andar pela rodovia Turnpike que liga Miami a Orlando, um espetáculo, sem nenhum buraco, demarcada, placas perfeitamente colocadas, e limpeza. Nenhuma garrafa pet, nenhuma sacola de mercado e o mato cortado. O respeito pela velocidade é uma coisa até estranha. Estranho porque dizem que na rodovia existem policiais a paisano em veículos descaracterizados. Mas o estranho é o respeito a lei. Ao chegar em Orlando, a cidade mostra sua face, ao apresentar longas e belas avenidas, muito largas com no mínimo duas pistas de cada lado e uma sinalização de dar inveja. Os postes estão pintados, os sinaleiros funcionando perfeitamente. Os cruzamentos são grandes com pelo menos 10 aparelhos de sinalização. E dá-lhe limpeza. Os postos de combustíveis você é quem calibra pneus que é pago, e enche o tanque do carro. Não há sujeira pelas ruas, não há terra nas sarjetas, não existem pontos de ônibus quebrados, árvores caídas, tudo impecável. Adoram uma palmeira. Em todas as calçadas existem lixeiras dispostas ao uso. Os banheiros possuem um dispositivo de descarga automático. Ví indigentes e incrível, o indigente possui uma tabuleta pendurada no pescoço deixando ao critério das pessoas a esmola. Não ví  bicicletas, nem motos de pequena cilindrada, aliás nenhuma. Os prédios são bonitos e limpos e os prédios comerciais forrados de luminosos e brilhos. Não se vê chiclete jogado no asfalto, nem papéis colados em postes nem faixas amarradas em árvores. As propagandas se restringem às lojas dos produtos e nada mais. As rádios são via satélite e se podia sintonizar mais de 50 delas, e, sendo via satélite não existem os famigerados comerciais, e somente vez ou outra se ouve a voz de um locutor falando o nome da rádio. Outro fato dos mais interessantes é de que na compra de qualquer produto se paga mais 6% de impostos, separados do valor do produto, e não vi ninguém deixar de cobrá-lo. Mesmo nos bairros mais pobres vi que o espírito americano é soberano, existindo bandeiras grandes e pequenas hasteadas, e colocadas nos carros. Eles gostam de ostentar a bandeira americana em qualquer ocasião e lugar. E o fato mais inesperado da viagem, lá não se pode beber nas ruas, somente no interior dos bares e dirigir embriagado é cadeia na certa. Passar pelo pedágio sem pagar dá multa de 100 dólares e o pedágio lá custa um (1) dólar, é, isso mesmo, um dólar. Uma coisa eles não possuem, a nossa cortesia e alegria e as belas mulheres que poderiam ser exportadas. Tudo isso mostra face de um país bem mais adiantado do que o nosso, e adiantado não  tem a ver com a riqueza, mas com educação, civismo, cumprimento das leis, princípios básicos que deveriam nortear não só americanos, mas também nós brasileiros. Obs: o encontro de motociclistas de Daytona tem 69 anos sendo o maior do mundo.

Antonio Carlos Garcia de Oliveira é Promotor de Justiça