Três Lagoas fez 94 anos ontem e felizmente temos muito que comemorar. Mas o progresso de uma cidade exige dos seus moradores constante reflexão sobre os caminhos e descaminhos dessa modernização.
Aproveito esse momento para falar sobre algo que certamente tem incomodado boa parte dos cidadãos três-lagoenses: o trem verde que corta a cidade na travessia das avenidas Filinto Müller e Clodoaldo Garcia carregando a celulose da Votorantin.
Acredito também que para alguns, os diretamente beneficiados, o vai e vem do trem verde pode até parecer sinônimo de progresso, porém não é bem assim. Vejamos por que. O trem, cheio de mensagens ecologicamente corretas como, por exemplo, “não maltrate os animais”, por volta de 4 horas da manhã inicia suas manobras no referido trecho, consequentemente o trânsito é interrompido no local, isso por diversas vezes.
Mas não são apenas as manobras que atrapalham a vida do povo, temos que nos lembrar dos que moram às margens da linha férrea, estes obrigatoriamente convivem diariamente com o barulho e, agora, com a intensificação das rachaduras nas paredes de suas casas.
Cabe perguntar: a quem devemos dirigir nossas reclamações? Que esfera de poder (federal, estadual, municipal) cabe tomar providências neste caso? Enquanto o trem verde continua atravessando nossas vidas e o impasse de responsabilidade não se resolve, fica aqui uma sugestão de propaganda para o trem verde: “NÃO MALTRATE OS SERES HUMANOS”.
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Maura Tânia Guimarães é historiadora e professora da rede pública e particular.
