Três Lagoas é maior que a crise

O início das obras de ampliação da Fibria está em franco andamento. No dia do centenário do município,  o governador do Estado, senadores da República, deputados estaduais e outras importantes autoridades, participaram do lançamento da pedra fundamental da Eldorado. Somados, esses dois empreendimentos em Três Lagoas representam investimentos de mais de 17 bilhões de reais. Sem medo de errar podemos afirmar que dificilmente encontra-se  municípios que estejam recebendo um montante em reais tão expressivo como esses dois em investimentos, que proporcionarão geração de divisas para o país, emprego e renda para o mercado interno. Praticamente a ampliação do parque fabril das fábricas de celulose aqui instaladas tira o comércio local e atividade de serviços da estagnação, que hoje ronda e amedronta aqueles que aqui estão estabelecidos. Já se disse em outras oportunidades que somos um oásis, figurativamente, estamos cercados de obras industriais, que acrescidas a estas duas grandes fábricas de celulose dão impulso comercial à cidade. A Cargil está ampliando sua fábrica que processa soja, no distrito industrial II. É grande a expectativa, como também é que mais dia menos dia a Petrobras terá que concluir a sua fábrica de fertilizantes, ou até, dela se desfazer para qualquer grupo de investimento. Certo é que não se tornará amontado de ferro velho e suas instalações  em ruínas relegadas ao esquecimento, atestando mais descaso com o dinheiro público. O governo federal tem obrigação de garantir a sua conclusão. Também e silenciosamente, algumas fábricas ampliam setores e outras estão em fase de instalação no distrito industrial da cidade. Essas constatações dão certeza de que estaremos praticamente livres da forte recessão, que atropela o país em decorrência do ajuste fiscal e orçamentário imposto pelo governo federal no afã de minimizar ou por como dizem, ordem no terreiro em  um quadro que ele próprio e  irresponsavelmente criou, para se safar de um resultado eleitoral adverso. Penalizaram o povo brasileiro sem dó. Não há setor da economia que não esteja afetado. O desemprego deverá aumentar muito mais do que o governo projeta. Basta olhar para a indústria automobilística para se constatar os efeitos causados pela queda nas vendas, que penaliza principalmente o setor de autopeças que tem gerado elevado índice de demissão. Esse é um exemplo, mas não são poucas as situações que atingem recessivamente segmentos como o mercado imobiliário que registra queda de 20% nos preços de casas e apartamentos. Mais o pior, é a queda de financiamentos causados pelo recuo e falta de recursos da Caixa Econômica Federal, a maior instituição financiadora para a aquisição da casa própria. Mas, se andarmos por Três Lagoas contabilizaremos nestes últimos meses, o lançamento de vários loteamentos, os quais praticamente zeram seus estoques no primeiro dia de vendas. Não são poucos os empreendimentos residenciais lançados pela iniciativa privada, mais de 1 500 unidades estão sendo edificadas independentemente do conjunto de apartamentos no residencial Orestinho que dispõe de mais de 1 400 apartamentos, além dos 1200 entregues pelo empreendimento Novo Oeste. Por isso tudo, Três Lagoas é maior que a crise, o que falta são medidas mais eficientes por parte do poder público municipal que precisa andar tão rápido quanto o empresariado da cidade.