Veículos de Comunicação

Violência Doméstica

Agressões às mulheres têm alto indíce em Três Lagoas

Apenas em uma noite, foram registrados quatro casos de violência doméstica

Na maioria dos casos os agressores estão sob efeito de álcool ou drogas - Reprodução/TVC
Na maioria dos casos os agressores estão sob efeito de álcool ou drogas - Reprodução/TVC

O relacionamento entre o homem e a mulher não é tão simples como se espera, mas nem por isso serve de justificativa para que os desentendimentos do cotidiano se tornaram motivos para agressões. Longe de ter uma trégua, os casos de violência doméstica em Três Lagoas mostram uma triste realidade, diante do elevado índice de mulheres que sofrem com a violência praticada por seus companheiros. De acordo com os dados da Delegacia de Atendimento a Mulher (Dam), em 2020 foram 1.287 registros de ocorrências. Todos eles de mulheres que sofreram algum tipo de agressão, desde importunação, assédio, agressão verbal e física, e os mais extremos quando a mulher paga com a vida. No ano passado foram cinco feminicídios em Três Lagoas.

Em 2021 não está sendo diferente, somente no mês de janeiro foram 142 casos de violência doméstica, e neste mês de fevereiro, um caso de feminicídio. No feriado de Carnaval a explosão não foi de alegria, e sim de violência. Na noite de segunda-feira (15), quatro casos foram registrados. O que chama atenção é que nos quatro casos daquela noite de Carnaval todos os agressores estavam sob efeito do álcool.

Mesmo com as marcas das agressões no rosto, uma das vítimas, teve coragem de relatar os horrores vividos na frente dos cinco filhos. O agressor, o marido de 31 anos, com quem esteve casada durante 16 anos, chegou na residência completamente embriagado e partiu para as agressões contra a mulher. Foram vários socos que ocasionaram lesões e um olho roxo. Sobre o motivo das agressões, a vítima relatou que o pai da filha mais velha, teria procurado pela menina e ele ficou  com ciúmes.  

A vítima ainda relatou que esta não foi a primeira vez que sofreu as agressões por parte do marido. Em todas, o homem estava sob efeito do álcool. Às marcas das agressões não estavam apenas estampadas no rosto da mulher, estava visível a dor emocional que era muito mais forte. Em vários momentos da entrevista, ela não conseguiu conter a emoção e chorou. “Fui tola em acreditar que ele mudaria, e hoje choro mais uma vez por ter sido agredida por ele na frente dos nossos filhos”, desabafou a vítima.  E finalizou dizendo,”a partir de agora, nenhum homem encosta em mim, cansei de levar porradas”.