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Alvo do recadastramento de armas é interior

Preocupação é regularizar armas como carabinas, utilizadas em propriedades rurais

Lançada nesta segunda-feira (27), a nova Campanha Nacional de Recadastramento de Armas terá como foco principal o interior do País. Conforme o diretor da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam), Salésio Nuhs, o enfoque se deve ao número de armas nessas regiões. “Armas como carabinas são muito comuns no interior, tanto para a defesa dos lares como para a caça de subsistência. Por esse motivo, a ênfase da campanha que iniciamos será nas lojas ligadas à nossa associação, situadas longe dos grandes centros urbanos, onde o acesso à informação é mais difícil”, explicou Nuhs.

Para esta campanha, lançada na sede da Polícia Federal, em Brasília, a Aniam planeja investir R$ 4 milhões em campanhas publicitárias. A meta é regularizar o maior número de armas possível, uma vez que não será mais autorizada a compra de munições sem a comprovação de que o armamento está de acordo com a lei.

A mobilização veio três meses após a prorrogação da campanha – iniciada em janeiro do ano passado -, que entrou em vigor no dia 13 de abril deste ano.

Desde então, a estimativa é que mais de 700 armas tenham sido regularizadas junto à Delegacia da Polícia Federal em Três Lagoas.

Conforme dados da corporação, do início do ano passado até maio deste ano, mais de 720 formulários para registro foram solicitados. Deste total, 506 registros foram feitos no ano passado. A maioria deles foi expedida no final do ano, quando a PF local chegou a atender mais de 300 pessoas em duas semanas – antes disso a média de solicitações de registros era de 50 ao mês.

Embora tenha regularizado 213 armas de fogo de janeiro a maio, a procura pelo registro de armas de fogo neste ano ainda é pequena. A convergência se deve ao prazo de 90 dias cedido pelo Ministério da Justiça, em dezembro do ano passado, devido à grande procura às vésperas do encerramento da campanha e fez com que muitos registros fossem acumulados para este ano.

No entanto, tal medida não deverá ser repetida neste ano. Durante o lançamento oficial da Campanha, o chefe da Divisão de Repressão ao Tráfico Ilícito de Armas da Polícia Federal, Marcus Dantas, reforçou que o recadastramento encerra no dia 31 de dezembro. Após o prazo, todas as armas estarão na ilegalidade. “Quem não recadastrar as armas até 31 de dezembro e for flagrado com armas não cadastradas no interior de sua residência estará cometendo crime”, enfatizou. Dantas completa: “E, a partir de 2010, não será mais possível fazer o recadastramento”, acrescentou, em entrevista concedida à Agência Brasil. O delegado disse também que, após dezembro de 2009, aqueles que tiverem armas em casa terão apenas uma opção: a entrega voluntária.

A campanha de recebimentos de armas mediante ao pagamento de multas também terá continuidade no País, e sem prazo para encerrar. De acordo com Dantas, mesmo depois do prazo final de recadastramento, que é 31 de dezembro deste ano, a população interessada em entregar suas armas poderá procurar a Polícia Federal. Para isto, basta que a pessoa tenha em mãos a Guia de Trânsito para poder transportar a arma. O formulário está disponível pelos site da PF [www.dpf.gov.br]. Com a entrega da arma o dono receberá, posteriormente, uma indenização, que pode variar entre R$ 100 e R$ 300.