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Carvão deixará de ser considerado carga perigosa em MS, segundo PRF

Caso o carvão seja realmente desclassificado como carga perigosa essa será mais uma conquista do SindiCarv e dos produtores

O SindCARV (Sindicato das Indústrias e dos Produtores de Carvão Vegetal de Mato Grosso do Sul) realizou nesta segunda-feira,6, o 1° Seminário do Carvão “o mito da combustão espontânea” , com o objetivo de desclassificar o carvão como carga perigosa.

A Superintendência de Serviços de Transporte de Cargas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) fundamentou uma nota técnica em março desse ano esclarecendo que o produto não é considerado perigoso para transporte. Entretanto, apenas o Rio Grande do Sul acatou a medida.

Agora, Mato Grosso do Sul pode ser o segundo estado a desclassificar o carvão como produto perigoso e de combustão espontânea. De acordo com o inspetor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) José Roberto Bastitote, que é responsável por esse tipo de fiscalização e participou do Seminário, se for comprovado que o carvão produzido no Estado não é perigoso e nem combustão espontânea, a PRF deve acatar a norma da ANTT.

“Está na legislação. Depois que o produto daqui passar pela análise e for provado, com base científica, que o carvão não apresenta risco, nós da PRF iremos desclassificar como carga perigosa e não precisará cumprir uma série de exigências”, afirma.

Durante o Seminário, o pesquisador de meio ambiente e cientista da Cientec (Fundação de Ciência e Tecnologia), Geraldo Mário Rohde, apresentou o estudo realizado no Rio Grande do Sul. Com base na pesquisa ficou comprovado que o carvão só entra em combustão em uma temperatura acima de 460° C. “Não existe nada no meio ambiente que possa oferecer essa temperatura. Para o carvão ser incendiado só mesmo com alguma ignição”, explica o pesquisador.

O carvão vegetal produzido em Mato Grosso do Sul deve ser encaminhado a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) para que seja realizado os mesmos testes que no Rio Grande do Sul. Segundo o coordenador do curso de química da Universidade, Sérgio Carvalho de Araújo, a proposta será levada a reitoria da instituição e caso seja aprovada, o processo deve levar cerca de uma semana para apresentar os resultados.

“Não acredito que vá ter alguma diferença da análise feita em no sul, já que a madeira apresenta a mesma composição. Pode registrar uma variação mínima do ponto de combustão, mas nada significativo”, relata o professor.

Caso o carvão seja realmente desclassificado como carga perigosa essa será mais uma conquista do SindiCarv e dos produtores. “Essa na verdade é uma luta nacional e o Sindicato como uma entidade representativa não poderia deixar de trabalhar por isso. Acho que nós conseguimos mostrar nosso objetivo e acredito que teremos mais essa conquista”, declara o presidente do SindiCarv, Marcos Brito.