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CASO ALTIERI: Família cobra agilidade da polícia

O operador de caldeiras baiano está desaparecido há mais de dois meses

Desesperados e quase sem esperanças, os pais de Altieri Cardoso Neves, 25 anos, desaparecido há mais de dois meses, cobram maior agilidade por parte da polícia. “Moramos na Bahia. Deixamos nossos outros filhos, dois adolescentes, lá para resolver isto. Eles falam para irmos embora, mas quero resolver isto. Só saio daqui quando encontrar o meu filho”, reforçou Alci Passos neves, 45 anos, mãe do jovem.

O sofrimento de Alci e Valdir Cardoso, pai de Altieri, 50 anos, vem sendo acompanhado desde o dia 18 de setembro, quando o casal chegou a Três Lagoas já para procurar o filho desaparecido desde o dia 14 daquele mês. O rapaz, natural da Bahia, morava em Três lagoas há um ano e meio, quando começou a trabalhar de operador de caldeiras na empresa de celulose Fíbria.

Na data do desaparecimento, Altieri estava na casa dele quando saiu, à principio para comprar um lanche e abastecer o carro. Era um domingo. Na madrugada do dia seguinte, uma chamada do celular de Altieri foi registrada no celular de uma amiga dele. Além disto, um colega do operador chegou a ver o carro dele andando em alta velocidade pela região do Parque de Exposições.

Na época, o amigo tentou seguir o gol, cor prata, modelo 20078, placas JRD-4518, de Eunápolis, Bahia, mas o veículo – com quatro pessoas dentro – corria de mais. Nos dois dias seguintes, três saques foram feitos na conta do operador, em valores que variaram de R$ 400 a R$ 500 – a polícia já possui a imagem dos saques, no entanto, até a informação mais recente: ninguém fora identificado.

Depois do episódio, o carro do operador de caldeiras foi visto novamente apenas no dia 28 de setembro, quando cruzou a fronteira com a Bolívia. A informação, mais recente sobre o caso, foi prestada à família pela seguradora de veículos e, em seguida, levada ao conhecimento da polícia. “Desde então, não tivemos mais notícias sobre o carro, ou o nosso filho. Na época, a polícia viu que o carro era conduzido por um homem, branco, forte. Mas, não deu para reconhecer mais nada”, relembra Alci.

O pai completa: “É impossível não saberem o que aconteceu com o meu filho. Esta Cidade não é grande, tem três delegacias e nada?! E como fica a vida da gente?”, questionou.

Alci conta que está vivendo na casa locada para Altieri pela empresa, porém não sabe se o contrato, que vence nos próximos meses, será renovado. Além disto, o casal teme em continuar em Três Lagoas. “Me sinto insegura nesta Cidade. Tenho medo de que tentem algo contra a gente e não temos mais a quem recorrer”, completou.

Os pais contam que já pensaram em retornar para a Bahia até que o caso seja investigado, porém ainda não deixaram o Município pelo medo de que, se forem embora, o caso caia no esquecimento.

INVESTIGAÇÕES

O inquérito sobre o caso de Altieri está registrado na 3ª Delegacia de Polícia e conta com o apoio dos policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) na apuração. Na semana passada, a reportagem procurou o delegado Regional Vitor José Fernandes Lopes. Ele garantiu que o caso não está “parado” e corre em sigilo para não atrapalhar as investigações. Sem entrar em detalhes, o Regional informou que a polícia já possui uma linha de investigação e que poderá ter novas informações sobre o caso.

Já a mãe de Altieri, fez um apelo: “Quem fez isto, queria dinheiro. Ele já pegou o carro, o salário, porque não deixa meu filho? Se alguém estiver com ele, que o liberte. Não queremos nada de volta”, pede.