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Dentista faz doméstica refém por 4 horas em Ilha Solteira

Segundo o delegado, a cirurgiã acusa o professor de tê-la estuprado, mediante chantagem emocional durante atividade de orientação

A dentista Rosângela Conceição Mioti de Souza foi presa na tarde dessa segunda-feira na Estância Turística após manter durante 4 horas, sob mira de uma pistola .380, a empregada doméstica Maria de Lourdes, 52. O delegado Miguel Ângelo Micas disse que o objetivo de Rosângela, que faz mestrado na Faculdade de Odontologia da Unesp em Araçatuba, era matar o professor universitário Elerson Gaetti Jardim Júnior e depois cometer suicídio.

Segundo o delegado, a cirurgiã acusa o professor de tê-la estuprado, mediante chantagem emocional. O fato teria ocorrido nas dependências da Unesp de Araçatuba, durante atividade de orientação de TCC- Trabalho de Conclusão de Curso.

O marido de Rosângela, que se identificou como ex-tenente Aguiar, da Polícia Militar do Mato Grosso, agora aposentado e vivendo em Ilha Solteira, confirmou essa história e disse aos policiais que chegou pedir para que Rosângela esquecesse a história.

A reportagem da Agência Visão tentou encontrar o professor Elerson, mas não conseguiu. Na casa de seus familiares em Araçatuba, uma senhora respondeu que ele estaria em Ilha Solteira, onde também não foi localizado.

Mas na manhã desta segunda-feira, por falta das 9 horas, Rosângela foi até a casa do professor Elerson, que é casado com uma professora da Unesp de Ilha Solteira e reside na rua Lajes, 157, e fez de refém a doméstica.

Rosângela exigia a presença do dono da casa, o professor Elerson, que chegou comparecer rotineiramente na hora do almoço, mas foi impedido de entrar pela Polícia Militar. Depois de afirmar aos policiais que sua vida “estava acabada” a seqüestradora libertou a refém.

A Polícia Militar explicou que Rosângela chegou a engatilhar a arma duas vezes e pressioná-la contra a própria cabeça, ameaçando o suicídio, mas no momento em que fazia uma ligação telefônica, soldados que estavam na cozinha da casa entraram rapidamente num dos dormitórios da casa e conseguiram desarmar a dentista.

“A pistola estava sobre a cama e ela já estava muito cansada para ter uma reação rápida e por causa disso, chegamos primeiro”, afirmou o cabo Carlos, que acompanhou a equipe de negociação. A empregada Maria de Lourdes foi socorrida e encaminhada ao hospital da cidade, sem ter sofrido qualquer ferimento, além do constrangimento psicológico.

O delegado Ângelo Micas classificou as ações de Rosângela como seqüestro, cárcere privado e porte ilegal de arma. “Trata-se de uma pessoa sem antecedentes nem postura criminosa, mas acometida de angústia e desespero”, avalio o delegado.