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DIG prende acusada de golpes de R$ 40 mil

Angélica Cristina Silveira de Sá Pinto Rhodus foi presa por força de mandato do Rio de Janeiro

A pedagoga Angélica Cristina Silveira de Sá Pinto Rhodus, 38 anos, foi presa novamente pela equipe de investigações da Polícia Civil suspeita de aplicar mais de R$ 40 mil em golpes, em Três Lagoas.
De acordo com o delegado Ailton Pereira de Freitas, coordenador da Delegacia de Investigações Gerais (Dig), a prisão aconteceu por volta das 11h50 de ontem (6), em uma ação de rotina (rondas) dos policiais pela avenida Antonio Trajano, região bancária da Cidade. A princípio, a prisão foi realizada em decorrência de um mandado de prisão preventiva, mas as investigações teriam apontado que a mulher estaria aplicando novos golpes na Cidade. “Como já sabíamos da existência deste mandado expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, passamos a ficar mais atentos, quando nesta segunda-feira tivemos êxito em capturá-la. No entanto, agora está aparecendo novas vítimas”, completou Ailton. O mandado de prisão foi expedido há quase um ano, no dia 30 de julho do ano passado, pela 1ª Vara Criminal da cidade de Nilópolis (RJ).
As vítimas começaram a aparecer ainda na sede da DIG. Enquanto o delegado conversava com a equipe do Jornal do Povo, seis mulheres entraram na sala. Todas pediram para não serem identificadas, mas declararam que foram vítimas de golpes aplicados por Angélica. Segundo elas, na maioria dos casos a acusada teria se apresentado como representante de uma concessionária de veículos. “Ela nos dizia que estava acontecendo um tipo de promoção nos carros, liberação deles com preços mais em conta, e que para comprar seria necessária uma entrada de R$ 930”, contou uma das vítimas, que, por não ter o dinheiro em mãos, entrou num acordo com Angélica para que os valores fossem sendo descontados do serviço prestado pela vítima, que é cabeleireira. “Hoje, ela me deve R$ 517”.
Já o namorado de outra vítima não teve tanta sorte. Ele chegou a dar uma entrada de R$ 3 mil para a aquisição de um carro Celta e se preparava para entregar mais R$ 1,5 mil. “Foi quando começamos a desconfiar de golpe e o depósito não foi feito. Para mim, ela se apresentou como auditora da (nome da concessionária), para outras, como supervisora. Mas, sempre quando perguntávamos do carro ela dizia que ainda não havia sido entregue, que ia ser no dia seguinte e ficava nos enrolando”.
A mesma versão também foi apresentada por outra vítima, vendedora de semi-jóias. Ela informou que pretendia comprar dois carros, sendo um para o namorado, no entanto ficou desconfiada e não fez o negócio. “Mesmo assim, ela ficou me devendo cerca de R$ 4 mil em semi-jóias”.
No entanto, o maior valor perdido foi o da funcionária da Rede Municipal de Ensino (REME). Na delegacia, a mulher afirmou ter perdido nada menos que R$ 20 mil. De acordo com ela, R$ 10 mil foram pagos para a aquisição de um veículo Celta. Já o valor restante (R$ 10 mil) ela está devendo a uma concessionária que aluga carros. “Em março, ela me pediu para que eu locasse um carro Vectra para ela por um dia. Assinei todos os documentos e deixei um cheque calção no valor de R$ 2 mil para a empresa. No entanto, ela ficou com ele por mais de um mês e os funcionários da empresa me ligando, só que para mim, ela dizia que já havia devolvido. O carro só foi recuperado porque eles a encontraram na rua e tomaram dela (Angélica). Nesta semana descobri que estou devendo mais R$ 10 mil para a empresa. Não sei o que fazer”, disse a servidora, chorando.
O delegado afirma que o número de vítimas pode ser ainda maior. Enquanto as mulheres que compareceram na delegacia conversavam entre si, por telefone Ailton entrou em contato com aquela que pode ser a sétima vítima confirmada. A mulher teria ligado no celular de Angélica, já apreendido, para que ela devolvesse um carro, pois a locação vencia ontem.
“Além disso, também temos um caderno que foi apreendido com Angélica com nomes e números de documentos pessoais – alguns deles foram reconhecidos pelas vítimas – e também algumas cópias de documentos autenticadas, que também podem ser de outras vítimas”, disse Ailton.
Todas as vítimas que compareceram à DIG foram orientadas a procurarem a 1ª Delegacia de Polícia, onde um novo inquérito policial deverá ser aberto. Conforme Ailton, Angélica também foi encaminhada à 1ª DP. O delegado ainda não sabe se ela cumprirá o mandado de prisão em uma penitenciária do Estado, ou será transferida para o Rio de Janeiro.
Ele conta que a acusada possui passagens pela polícia por estelionato em três Estados: MS, São Paulo e Rio de Janeiro e chegou a ser presa no ano passado. Em um dos processos, que resultou na prisão em 2008, Angélica foi absolvida. O julgamento aconteceu no dia 26 de janeiro, quando a Justiça entendeu que o caso – na época de cheques sem fundo – deveria tramitar pela área cível e colocou a suspeita em liberdade.