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Donos de ?boca? em penitenciária são isolados em celas disciplinares

O direito de permanecer em silêncio foi usado pelos detentos durante depoimentos colhidos

Os dois internos do Presídio de Segurança Média de Três Lagoas, João Batista Silva Filho e Marcos Antônio Berbeliano, condenados por furto e roubo respectivamente, acusados de comandar “boca de fumo” na unidade penal, estão em celas disciplinares. Eles foram flagrados com quase três quilos de maconha, celulares e porções de cocaína.  Segundo a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), foi aberta uma comissão disciplinar para apurar as circunstâncias da entrada da droga no presídio.

A assessoria de comunicação Agepen enfatiza que são várias as maneiras que os visitantes utilizam para levar droga ao presídio, como fundos falsos, ente outros. De acordo com a Agepen também não se pode descartar a participação de servidores. Quando isso acontece e é descoberto, acaba em demissão e o responsável responde criminalmente. A assessoria acrescenta ainda que é necessário o  extermínio desse tipo de pessoas do sistema, por isso, a Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário (Gisp), tem atuado para provar e não deixar dúvidas quanto aos processos.

O direito de permanecer em silêncio foi usado pelos detentos durante depoimentos colhidos. A mobilização de 80 policiais militares revelou que o tráfico de drogas dentro do Presídio de Segurança Médio de Três Lagoas é intenso. Apenas em uma cela foram encontrados quase 2,5 quilos de maconha, divididos em oito tabletes. Na cela também estavam oito celulares, e algumas cápsulas de cocaína.

O delegado, Rogério Fernando Market Faria, responsável pelo caso disse em entrevista ao Jornal do Povo que a droga não era para consumo pessoal e que provavelmente seria comercializada. “Eles alegam que os entorpecentes são deles. Em tese podem até estar acobertando outras pessoas, mas também podem realmente serem os donos. O que podemos afirmar é que eles realmente têm envolvimento, já que o material estava na cela deles. A maior parte foi encontrada no pavilhão dois. Eles não falam muito. Apenas assumiram e se reservaram ao direito de ficarem calados. As informações são fechadas entre eles. Mas o envolvimento de ambos é claro”, informou o delegado.