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Empresário continua desaparecido

Carro é abandonado com R$ 111 mil em cheques dentro

O aparecimento de um carro com marcas de sangue e mais de R$ 111 mil em cheques no interior mobilizou boa parte da Polícia Civil de sábado (9). O carro – um Fiat Pálio vermelho, placas ELZ-8725, de Ribeirão Preto (SP) – foi encontrado pela Polícia Militar (PM), em um terreno próximo a um depósito de areia, na avenida Rosário Congro, bairro Quinta da Lagoa, às 7 horas.

O veículo estava atolado no barro, sem chaves e com manchas de sangue em boa parte do interior (teto, porta do motorista, volante e painel). Em vistoria, os policiais localizaram um aparelho celular, uma carteira de couro preta (com documentos pessoais), 15 cartões de crédito, folhas de cheques em branco (ainda não destacadas e colocadas no talão) e um estilete também sujo de sangue, que estava no banco traseiro.

De acordo com a Polícia Civil, quando visto pela última vez, o carro era conduzido por José Airton de Barros, 39 anos, empresário de Ribeirão Preto.
Por telefone, um dos agentes de plantão na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) conversou com a esposa do empresário, proprietária do veículo, que confirmou as informações.

Segundo o delegado Regional, Vitor José Fernandes Lopes, familiares e amigos do empresário prestaram depoimento em Três Lagoas no domingo (10). A família deixou Ribeirão Preto no mesmo dia em que informada sobre o carro.

Aos delegados Vitor e Rogério Makert Faria, esposa, irmão e amigos explicaram que Barros saiu da casa dele, na tarde de sexta-feira (8), rumo a São José do Rio Preto, onde visitaria um amigo. Às 18 horas do mesmo dia, ele deixou a casa do amigo para retornar a cidade de origem. Porém, não chegou. Dentro do carro, a polícia apreendeu um celular do empresário, mas a família informou que ele tinha um segundo aparelho, que não foi encontrado.

Por enquanto, a polícia trabalha com as hipóteses de sequestro e homicídio – até mesmo um latrocínio (roubo seguido de morte). Para Vitor, são poucas as chances de o crime ter sido cometido em Três Lagoas. “Não há como afirmar, mas pela forma que aconteceu, aparenta que o crime tenha ocorrido no Estado de São Paulo e que o carro tenha sido trazido para cá”, disse.

 DNA

Na tarde de sábado, o carro foi vistoriado por peritos e papiloscopistas. O delegado Regional informou que foram coletados fios de cabelo, amostras de sangue e um cigarro – segundo a família, a vítima não fuma. “Também encontramos vestígios de sangue no porta-malas do carro”, completou.

Todo material coletado já foi encaminhado a Campo Grande para o exame de DNA. Os peritos também deverão coletar amostras dos familiares de Barros, para comparação. A previsão é que os resultados sejam divulgados dentro de 30 dias, no máximo.

Enquanto isto, a Polícia Civil deverá solicitar o extrato do cartão “passagem livre”, para pedágios, apreendido dentro do carro. O objetivo é descobrir horários e rotas do veículo antes de chegar a Três Lagoas.

De acordo com Vitor, a polícia de Ribeirão Preto já foi informada e começou a atuar no caso. Barros era empresário do ramo de peças de motos e também era sócio de um posto de combustíveis naquela região. De acordo com a família, o empresário não mantinha negócios em Três Lagoas. O mercado dele se restringia a Ribeirão Preto e o Sul de Minas Gerais.