O ex-presidente peruano Alberto Fujimori foi condenado nesta segunda-feira (20) a sete anos e seis meses de prisão por ter indenizado ilegalmente com US$ 15 milhões seu "braço direito", Vladimiro Montesinos.
A indenização ao ex-chefe de Inteligência teria sido paga em setembro de 2000, pouco depois de estourar um escândalo de corrupção no país.
Fujimori já havia sido condenado em abril a 25 anos de prisão, sob a acusação de apoiar o assassinato de 25 pessoas durante seu governo, e já está cumprindo a pena.
Em dezembro de 2007, após ser extraditado do Chile, Fujimori recebeu sua primeira condenação, a seis anos de prisão, já ratificada em última instância, por ter ordenado a revista ilegal da casa de Trinidad Becerra, esposa de Montesinos.
O ex-presidente admitiu durante o processo que entregou US$ 15 milhões a Montesinos, atualmente preso em uma base naval, mas negou ter cometido o delito de peculato porque sustenta que restituiu o dinheiro ao Tesouro Público.
O dinheiro de fato foi registrado no erário, mas se desconhece de onde saíram esses recursos, segundo o Ministério Público, que afirma que a devolução não exime o delito de peculato.
Fujimori alega que o dinheiro serviu para permitir a saída de seu ex-chefe de espionagem em meio a uma crise provocada por um escândalo de corrupção, porque "se estava tramando um golpe de Estado".
Após a entrega do dinheiro, Montesinos fugiu para o Panamá e voltou por poucos dias em outubro de 2000 para fugir outra vez do Peru até ser capturado na Venezuela em 2001.
Fujimori argumenta que o objetivo do tribunal é prejudicá-lo politicamente, tendo em vista as eleições gerais de 2011.
Segundo a mais recente pesquisa da empresa Ipsos Apoyo, feita em junho, a legisladora Keiko Fujimori, filha do ex-presidente, aparece como líder nas intenções de voto para a Presidência em 2011.
Keiko Fujimori tem 22% da preferência. Em segundo lugar das intenções de voto estão empatados o atual prefeito de Lima, Luis Castañeda, e o nacionalista Ollanta Humala, ambos com 15%.