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Família de Juliana comemora decisão da Justiça

Júri popular condenou o advogado Heraldo Ferreira Viana foi condenado há 18 anos em regime fechado

O advogado Heraldo Ferreira Viana, 62 anos, foi condenado há 18 anos em regime fechado pelo assassinato da estudante Juliana dos Santos, 19 anos, e tentativa de homicídio da ex-companheira dele, Maria de Jesus Santos.

O julgamento do réu teve início às 8h30 de ontem (19) e se estendeu até às 17 horas. De acordo com os autos, o Júri Popular condenou o advogado há 15 anos de regime fechado pelo homicídio de Juliana e mais três anos pela tentativa de homicídio. A decisão foi proferida pelo juiz Eduardo Floriano de Almeida, que responde interinamente pela 1ª Vara Criminal, e comemorada pela família.

Para a mãe de Juliana, a decisão foi uma vitória. “Entreguei nas mãos da Justiça, e houve resposta”, disse. Maria de Jesus Santos conta que não foi fácil reencontrar o ex-companheiro no julgamento, mas era algo que precisava ser feito. “Eu perdi uma filha. Só eu sei a dor que senti e agora, a única coisa que poderia fazer era conseguir a prisão do assassino. Eu devia isto”, disparou.
Maria de Jesus teve o apoio de familiares e amigos para acompanhar o julgamento. Uma van foi locada para transportar os parentes e amigos de Brasilândia, onde a jovem residia, para Três Lagoas. O auditório do Tribunal do Júri ficou pequeno. Com camisetas customizadas com fotos de Juliana e o pedido por “Justiça”, familiares e colegas da vítima tiveram de ficar em pé para acompanhar o julgamento.

Ainda segundo a sentença, a maioria dos jurados (sete ao todo) decidiu que o autor teve intenção de matar a vítima. O Júri não aceitou a defesa de que Viana teria agido pela emoção, ou provocação de terceiros.

A pena para o crime de homicídio pode variar de 12 a 30 anos em regime fechado. No entanto, o réu teve a pena reduzida em um ano pela confissão espontânea (ele se apresentou na 2ª Delegacia de Polícia). Já a pena para o crime de tentativa de homicídio pode variar de seis a doze anos. A princípio, ele havia sido condenado à pena mínima (seis anos), mas esta foi reduzida pela metade, já não houve lesões na segunda vítima (Maria de Jesus). O réu poderá recorrer da sentença em regime fechado.

O CASO

Juliana dos Santos, 19 anos, foi morta no dia 22 de março do ano passado, na Pousada Recanto do Piapara, situada na MS-395, entre Três Lagoas e Brasilândia. A estudante de Técnico em Agropecuária – “Ela fazia o curso em Andradina (SP)”, relembra a mãe – participava de uma festa no estabelecimento, quando o advogado chegou ao local e tentou atirar na mãe dela. Em meio à confusão, Juliana foi baleada enquanto tentava proteger a mãe. Na época, a jovem foi atingida por três disparos de arma de fogo e chegou a ser socorrida por testemunhas, mas morreu no caminho para o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora.

No dia 20 de abril do mesmo ano, a família de Juliana realizou passeatas em Três Lagoas e Brasilândia – a mobilização aconteceu no dia em que a jovem completaria 20 anos de vida. Dois dias depois, Heraldo Viana se entregou na 2ª Delegacia de Polícia. Desde então, ele permanece preso na Penitenciária de Segurança Média, em Três Lagoas.