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Garoto doente é violentado e HU nega responsabilidade

Em dez dias o exame de DNA do material semelhante a esperma encontrado no quarto deverá esclarecer o fato

“Ele estava bastante debilitado, internado há 9 dias com pneumonia. O agressor acompanhava um cunhado no hospital e atacou o menino que estava sozinho no quarto na madrugada e disse que voltaria depois”. A afirmação é da delegada da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) Regina Márcia Rodrigues de Brito Mota.

O caso aconteceu às 3h50 no HU (Hospital Universitário), o menino de 13 anos pediu ajuda a funcionários, denunciou e a PM (Polícia Militar) efetuou a prisão do suspeito de atentado violento ao pudor [o crime nos casos de meninos obrigados a manter relações sexuais] que acompanhava um cunhado no quarto ao lado da vítima. O suspeito de ser o agressor trabalha como vigia e tem 49 anos.

Segundo o relato do menino à delegada, durante o dia de ontem o agressor puxou conversa com a vítima e insistia para usar o banheiro do quarto onde ela estava internada sozinha. O menino teria percebido que algo estava errado, mas à noite pegou no sono e foi surpreendido com o agressor já dentro do quarto. Por medo, o garoto ficou quieto.

Mas, ao deixar o quarto, resquícios de esperma foram recolhidos e enviados para o exame de DNA. Para a delegada, a denúncia é sustentada pelo depoimento do garoto, visivelmente debilitado e que trouxe à tona um problema que muitos pais nem desconfiam que possa ocorrer num ambiente hospitalar, com segurança, em tese. “Os pais ficaram surpresos”, relata a delegada.

Responsabilidades

O HU informou que a segurança hospitalar se restringe apenas ao patrimônio e é feita por vigias da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente, pacientes com idade inferior a 18 anos devem estar sempre acompanhado dos pais ou responsáveis. No caso de ficarem desacompanhados, cabe ao hospital garantir a proteção dos pacientes crianças e adolescentes.

Em dez dias o exame de DNA do material semelhante a esperma encontrado no quarto deverá esclarecer o fato.

Conforme a Polícia Civil, o HU já informou que deverá abrir uma sindicância administrativa para averiguar se houve facilitação por parte de algum funcionário do hospital público.

 RESPOSTA

O HU (Hospital Universitário) informou que a mãe do menino de 13 anos, internado com tuberculose, deixou o local às 18 horas e não avisou os plantonistas que havia deixado o filho sozinho, sem acompanhante. Nove horas depois [3h], o adolescente sofre violência sexual e o caso vai parar na polícia.


Um procedimento administrativo foi instaurado no hospital público federal para apurar os fatos. É de responsabilidade dos plantonistas proteger os pacientes.


Sobre os agentes de segurança, o hospital conta com homens armados que trabalham para empresa terceirizada e cuidam restritamente do patrimônio público.