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Governador apoia cooperação entre ministérios públicos e polícias no combate ao crime organizado

André defendeu a importância da articulação entre os órgãos executivos de governo

O governador André Puccinelli assegurou hoje (19) que não medirá esforços para executar ou auxiliar as demais instituições que combatem o crime organizado, especialmente o tráfico de drogas nas regiões de fronteira de Mato Grosso do Sul. Em Ponta Porã, na abertura do 1º Encontro Fronteira Brasil-Paraguai do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), André defendeu a importância da articulação entre os órgãos executivos de governo, os promotores e procuradores de justiça, e as polícias no enfrentamento da rede criminosa organizada. Destacou investimentos financeiros e humanos que o Estado disponibiliza e ratificou compromisso de apoio permanente.

“Tanto mais quanto pudermos, considerando os parcos recursos, vamos auxiliar no financiamento de ações máximas contra o crime, essa é uma determinação que desde o início já fizemos à nossa secretaria de Justiça”, ressaltou. O encontro conta com participação de autoridades policiais e judiciárias do Paraguai, a quem André se referiu como “irmãos” na tarefa de enfrentar especialmente crimes como o tráfico de drogas. “Precisamos mesmo unir forças. Na fronteira, não há brasileiros, não há paraguaios, há cidadãos do mundo, e, na medida do possível, devemos estar juntos”.

Segundo Puccinelli, em Mato Grosso do Sul a associação dos ministérios públicos, com apoio das polícias, possibilitando participação cada vez mais ativa de ações como as do Gaeco [Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado] precisa ser induzida e fortalecida. “Temos participado com recursos financeiros e humanos sempre que possível, para fortalecer o trabalho de coibir a criminalidade, de diminuir o tráfico de drogas”, exemplificou. O governador recebeu do coordenador do encontro e membro do Gaeco, promotor Ricardo Rotunno, o reconhecimento pelos intensos esforços para a ação do grupo, dentro e fora do Estado. Um boné simbolizou a inclusão do governador como membro da equipe.

Promovido pelo Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul e o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), formado por promotores e procuradores de todo o Brasil, esse encontro inédito busca a aproximação dos profissionais que atuam nos ministérios públicos estaduais e federal, a articulação com a coordenação dessas instituições, a interação com as polícias Civil, Militar e Federal brasileiras, além da Secretaria Nacional Antidrogas e a polícia federal do Paraguai.

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso do Sul, Miguel Vieira da Silva, disse que é essencial o apoio que o governador tem dado pessoalmente à instituição e pediu às demais instituições aumento da cooperação. “A presença do GNCOC é muito importante. O gigantismo do Brasil não permite mais ações isoladas. Um encontro como esse, infelizmente, se justifica por números como esse: em 2008 Mato Grosso do Sul contribuiu com 46% das apreensões de maconha no País”, informou. “Os crimes são um só, por isso precisamos de ações planejadas conjuntamente. Precisamos estar organizados para enfrentar o crime, que é organizado”, pediu.

Segundo o procurador, Mato Grosso do Sul quer participar mais ativamente do GNCOC, não ficar somente nas estatísticas. “E com apoio que temos do governo do Estado, essas ações serão mais aparelhadas, com mais pessoal, mais concretude na sua consecução”.  O secretário-geral do GNCOC, procurador Andrei Cunha Amorim, revelou que na mais recente ação do grupo, envolvendo 18 estados, as denúncias apresentadas por crimes contra a ordem tributária vão resultar na recuperação de R$ 2 bilhões aos cofres públicos. Sobre o incremento da cooperação, Amorim concorda que o alcance do combate precisa ultrapassar divisas. “A droga que ingressa por Mato Grosso do Sul não é só um problema desse Estado. Por isso, o GNCOC está atuando para que todos os estados abrangidos pelo desencadear desse crime estejam unidos”.

O procurador federal Blal Yassine Dalloul, representante da Procuradoria Geral da República em Mato Grosso do Sul no encontro, disse que, no caso dessa instituição, há ainda a necessidade de maior descentralização dos trabalhos em cada unidade da federação. “Somos um órgão nacional dividido pelos estados, mas ainda centralizado”, explicou. “Brasília precisa fazer de forma mais completa e efetiva a ação contra o crime organizado”, completou, informando que em 2010, um outro encontro sobre articulações para enfrentar essa criminalidade vai acontecer, desta vez promovida pelo MPF. O procurador elogiou o caminho seguido em Mato Grosso do Sul no enfrentamento das ações criminosas articuladas e o papel do governo. “O governador André Puccinelli sabe muito bem da importância de termos instituições fortes, Ministério Público, policias. Isso é um grande passo. Ele é médico e sabe que tratar do paliativo não adianta, é preciso atacar o mal da doença”, comparou.

O 1º Encontro Fronteira Brasil-Paraguai prossegue até amanhã, tem entre os palestrantes o juiz federal Odilon de Oliveira, e conta também com o delegado Cláudio Galeno, representando o ministro da Justiça, Tarso Genro.