Em menos de dois meses, a Polícia Civil já contabiliza oito assassinatos em Três Lagoas. O último homicídio ocorreu na noite de sábado (14), por volta das 20 horas, em uma residência situada à rua Visconde de Tamandaré, bairro Vila Zuque, onde Gebrair José Antunes dos Santos, 47 anos, foi morto pelo enteado, Everton Santos Freire, 21 anos.
De acordo com o delegado da 2ª Delegacia de Polícia, Rogério Fernando Faria, o crime ocorreu depois que a vítima teria agredido a mãe de Everton, Adélia dos Santos.
Ao delegado, ela, que foi ouvida pela manhã de ontem (16), informou que Gebrair teria passado a tarde de sábado consumindo bebidas alcoólicas e a agredindo. Já á noite, ela ligou para o filho, para que Everton tentasse conter a vítima.
Em seu depoimento, o acusado – que também se apresentou à polícia logo pela manhã de ontem – informou que chegou a pedir que o padrasto parasse com as agressões. Mas além de não parar, a vítima teria investido contra o jovem. Everton afirma também que a arma utilizada no crime – apresentada na delegacia – pertenceria à Gebrair. “Ele [vítima] teria deixado a arma cair no momento da briga entre os dois. Foi quando, na versão de Everton, o suspeito pegou o revólver e efetuou três disparos e fugiu. Ainda sim, a vítima teria perseguido ele e o puxado pela camisa, quando o jovem efetuou os disparos restantes (mais três)”, disse Faria.
Conforme informações do Corpo de Bombeiros, Gebrair foi encontrado caído do lado de fora da casa, já sem vida. Ele teria sido atingido por três tiros, dois nas costas (que transfixaram) e um na cabeça. No entanto, o número de tiros não foi confirmado pelo delegado. “Everton disse que descarregou a arma, mas apenas o laudo pericial poderá dizer quantos disparos atingiram a vítima”, disse.
Faria disse ainda que Gebrair foi apontado por Adélia como uma pessoa extremamente violenta. “Ao ser ouvida, ela disse que vivia sendo agredida e ameaçada pelo ex-marido, mas que nunca havia registrado um boletim de ocorrência na DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher)”.
Segundo Faria, quando prestou depoimento, a mulher ainda apresentava sinais de violência, principalmente nos braços. Ainda ontem, Adélia foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exames de corpo de delito.
O delegado informou que o caso está 90% resolvido. Agora, ele aguarda apenas os resultados dos exames periciais (da arma, IML e do corpo de delito da mulher). A Polícia Civil também irá trabalhar para tentar identificar a origem da arma.
Por enquanto, Everton deverá responder em liberdade.
MORTE
Dos oito assassinatos registrados em Três Lagoas, apenas um continua sem autoria, conforme levantamento realizado pela equipe do Jornal do Povo. Trata-se do homicídio de Marcelo de Souza Diniz, 33 anos, interno do presídio de regime semi-aberto, executado com três tiros quando saia da unidade penal. O crime ocorreu no dia 8 de janeiro.
