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Motociclistas lideram ranking de acidentes com vítimas

Conforme a diretora do Departamento Municipal de Trânsito, 90% dos acidentes são por imprudência deles

Na segunda-feira (27) foi Dia do Motociclista. Porém, assim como outros municípios brasileiros, Três Lagoas teve muito pouco a comemorar. Aliás, quase nada, como informou a diretora da Divisão de Educação no Trânsito, Creusa Ramos, do Departamento Municipal de Trânsito (DMT). De acordo com ela, atualmente o índice de acidentes de trânsito envolvendo motociclistas é “altíssimo”, na Cidade e faz com que a classe ocupe nada menos que o primeiro lugar no ranking de acidentes com vítimas. “Além disso, estudos comprovam que 90% dos acidentes são provocados por imprudência deles mesmos [motociclistas], que em sua maioria são jovens”, completou.

Conforme dados do Pelotão de Trânsito da Polícia Militar (PM), de janeiro até domingo (26), 556 motocicletas se envolveram em acidentes de trânsito na Cidade. As estatísticas revelam um aumento no número de acidentes com veículos duas rodas com o passar dos meses. Em janeiro, por exemplo, a PM fechou o mês com um total de 64 motocicletas envolvidas em acidentes. Em março, foram 84 e de abril em diante, o número de veículos ultrapassa a casa dos 90, sendo abril (95), maio (97), junho (97) e julho (68) – até o dia 26.

Entretanto, se comparado com o ano passado, a diferença é pequena. Ainda conforme o setor de estatísticas do Pelotão de Trânsito, no mesmo período do ano passado, 543 motocicletas estiveram envolvidas em acidentes de trânsito na Cidade.

Para a diretora do DMT, o maior problema de muitos motociclistas da Cidade está relacionado a ultrapassagens irregulares e excesso de velocidade.

“Muitos motociclistas praticamente costuram as vias da Cidade e, em boa parte dos casos, estão à cima da velocidade permitida, o que aumenta as chances de acidentes com vítimas graves”, lembrou.

MORTES

Um levantamento realizado por meio dos arquivos do Jornal do Povo, apontam que do começo do ano até hoje, foram registradas cinco mortes no trânsito da Cidade. Duas no dia 1º de janeiro, vítimas de 18 e 19 anos; uma no dia 19 de fevereiro (atropelamento de um pedestre), no dia 5 de março (vítima de 59 anos) e 11 de março, um jovem de 23 anos.

Deste total, exceto pelo atropelamento, todas as vítimas eram motociclistas, sendo três mortes ocorreram na mesma via: na rua Maria Guilhermina Esteves.
Os dados apontam para duas problemáticas: o índice de jovens envolvidos em acidentes – hoje a faixa etária é de 18 a 30 anos – e o aumento de mortes envolvendo o tipo de veículo.

De acordo com o Ministério da Saúde, as motocicletas passaram a liderar o ranking de mortes em 12 estados brasileiros. Mato Grosso do Sul é um dos citados no estudo.

Entre os veículos duas rodas, o índice de óbitos aumentou em 131% em relação a 2001. Enquanto que entre carros, o crescimento foi de apenas 30% no Estado.

Parte do aumento dos índices também pode estar relacionada ao crescimento da frota dos veículos duas rodas nos últimos anos. Em Mato Grosso do Sul, o número de motos circulando praticamente dobrou em quatro anos: em 2005, o Estado contava com 114 mil motocicletas, já em 2009, o número é de 212 mil.

O mesmo acontece em Três Lagoas. Em 2007, a 6ª Agência Regional de Trânsito (Detran) contava com 13.061 motocicletas circulando. Já no ano passado, o índice aumentou para 15.655 veículos, entre ciclomotos, motonetas, motocicletas e triciclos.  No caso das motonetas, o aumento da frota foi de 29%, saltando de 2.483 para 3.196, até o fim do ano passado.

De janeiro a junho deste ano, a Polícia Militar (PM) registrou o total de 755 acidentes. Deste total, 386 acidentes foram sem vítimas, 365 com vítimas. No mesmo período, 2.661 condutores foram autuados por alguma infração de trânsito.