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MS ganha primeira base aérea da Força Nacional de Segurança

O secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, esteve segunda-feira, 26 de outubro, no Assentamento Itamarati, em Ponta Porã, fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, e confirmou a instalação no local de um grupamento aéreo da Força Nacional. O objetivo é reforçar a vigilância na região e apertar o cerco contra os traficantes e contrabandistas que trazem armas e drogas dos países vizinhos para abastecer os grandes centros, como São Paulo e o Rio de Janeiro.

A base será implantada em uma área de 35 hectares que já fez parte da Fazenda Itamaraty – a maior produtora de soja do mundo – e há 5 anos foi adquirida pelo governo ao empresário Olacyr de Moraes, depois que o empreendimento entrou em decadência. A fazenda foi transformada em um assentamento onde vivem hoje cerca de 1.300 famílias de ex-trabalhadores rurais sem terra. A parte destinada à implantação da base da Força Nacional dispõe de hangar, pista de pouso com 2 mil metros de extensão, prédios de administração e várias casas que serão reformadas para acomodar os militares. O terreno e as benfeitorias estão sendo cedidos pelo INCRA (atual proprietário) ao Ministério da Justiça.

De acordo com Balestreri, o Ministério da Justiça identificou o local como estratégico no combate ao tráfico. Pela fronteira dos estados do Centro-Oeste com a Bolívia e o Paraguai entra a maior parte das armas, da maconha e da cocaína que chega ao Brasil. A decisão de instalar a base em Mato Grosso do Sul atende também a um pedido do senador Delcídio do Amaral (PT/MS), que acompanhou o secretário na visita ao Assentamento Itamaraty.

“O senador Delcídio tem sido um grande parceiro do governo na medida em que ele defende no Congresso uma política de fronteira, que agora começa a ser implantada. Vamos montar em Ponta Porã a primeira de uma série de bases que o governo implantará em algumas regiões, com homens altamente capacitados, apoiados por helicópteros e aviões dotados de equipamentos para vigilância permanente. A partir dessa primeira base , será possível voar, sem reabastecimento, até o Rio Grande do Sul e cobrir também parte da Amazônia. A unidade irá atender não apenas a Força Nacional, mas dará apoio as Polícia Federal e Rodoviária Federal, além dos órgãos de segurança locais, como a Polícia Militar e a Polícia Civil. Sem dúvida alguma, isso vai ampliar também o nível de segurança da população de Mato Grosso do Sul”, afirmou Balestreri.

 

Ação

Para Delcídio , a instalação da base aérea da Força Nacional em Mato Grosso do Sul representa o início da implantação de uma política definitiva de segurança pública para a região de fronteira.

“Estamos deixando de lado a fase das discussões e partindo para a ação. Esse é um projeto absolutamente fundamental, porque o problema enfrentado nos grandes centros, com o crescimento do narcotráfico, especialmente no Rio de Janeiro e São Paulo, é agravado pelo contrabando de armas e drogas. A guerra contra o crime organizado não pode ficar restrita à repressão nas capitais e grandes cidades brasileiras. Eu não tenho dúvida de que o combate será mais eficiente na medida em que reforçarmos a vigilância e ampliarmos as operações contra os traficantes nas zonas de fronteira”, acredita o senador.

Depois da vistoria, Delcídio e Balestreri foram para Campo Grande, onde se reuniram com o Secretário Estadual de Segurança Pública, Wantuir Jacini. Os três discutiram formas de colaboração entre os governos estadual e federal para acelerar a implantação da base em Ponta Porã. Ficou definido que Delcídio fará gestões junto à área econômica do governo no sentido de liberar os recursos necessários a custear todas as obras e serviços. Inicialmente será levado para o local um pequeno grupamento de homens, apoiados por pelo menos 1 helicóptero. Em seguida, a base ganhará aviões que já estão sendo adquiridos pela Força Nacional e um número maior de soldados e oficiais. Nos últimos anos, o governo investiu R$ 160 milhões na aquisição de helicópteros para a corporação e a estimativa é de que serão necessários mais R$ 110 milhões para implantar o grupamento em Mato Grosso do Sul.