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Para fazer alerta, policial "cai" no golpe do torpedo

O policial explicou que fez a ligação e depois divulgou a conversa para servir de alerta à população

Apesar de antigo, o golpe do torpedo premiado, aplicado geralmente por presidiários de vários locais do país, continua fazendo vítimas. Na semana passada foi a vez de um policial federal em Campo Grande receber não só uma, mas 5 mensagens. Ele resolveu gravar uma das conversar e descobriu que o golpe parte de Fortaleza (CE)

Os torpedos são encaminhados em nome de entidades conhecidas nacionalmente, dizendo para as vítimas que ganharam um prêmio.

Para recebê-los, elas devem entrar em contato por um número fornecido na própria mensagem. É então que os bandidos induzem as vítimas a fornecerem dados pessoais e senhas bancárias.

Foi exatamente isso que o policial fez, só que consciente de que se tratava de um golpe, se passou por outro presidiário.

Toda a conversa foi gravada pelo agente, que para dar maior veracidade ao “disfarce”, usou termos comuns em conversas entre criminosos. “Eu usei a mesma linguagem. Eu comecei a gravar depois que ele atendeu”, disse o investigador que pediu para não ser identificado.

O torpedo foi enviado como sendo da emissora SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) em parceria com a Tim.

Na gravação nota-se que o golpe é criteriosamente planejado. Inicialmente, o detento se identifica e fornece "número de protocolo" da premiação.

Antes mesmo que fossem solicitados dados pessoais, o policial começa a enganar o detento. Pouco a pouco o criminoso é quem vai passando informações.

A mensagem havia sido enviada de dentro do Instituto Penal Paulo Sarasate, no Ceará. O policial federal descobre ainda, que o golpista foi condenado por assassinato.

Antes de desligar, o investigador pede que o bandido não encaminhe mais torpedos, dizendo estar aplicando o golpe também. O detento explica que escolhe as vítimas aleatoriamente, não sabendo de que estado são os celulares.

O policial explicou que fez a ligação e depois divulgou a conversa para servir de alerta à população.

“Uma pessoa mais simples, um idoso, fica acreditando que ganhou e quando liga lá é enrolado. Tem que alertar as pessoas para não retornarem”, recomenda o agente.