Veículos de Comunicação

Operação Balada

PF cumpre mandados em MS e nove estados contra organização que movimentou R$2 bilhões no tráfico de drogas e armas

Esquema envolvia envio de cocaína de Mato Grosso do Sul para Minas Gerais

Cerca de 850 policiais cumpriram 500 mandados de busca e apreensão em prisão em 10 estados brasileiros. - Foto: Ilustrativa/Agência Brasil
Cerca de 850 policiais cumpriram 500 mandados de busca e apreensão em prisão em 10 estados brasileiros. - Foto: Ilustrativa/Agência Brasil

A Polícia Federal em Minas Gerais deflagrou nesta terça-feira (5), a operação Balada, que desarticula organização criminosa especializada no tráfico de drogas, de armas de grosso calibre e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, os investigados movimentaram mais de R$ 2 bilhões nos crimes.

Em Campo Grande foram cumpridos dois mandados de busca e dois mandados de prisão temporária, em dois endereços diferentes. Cerca de 850 Policiais federais cumprem 247 mandados de prisão e 249 mandados de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.

Segundo a polícia, os criminosos possuíam esquema estruturado de tráfico de drogas que envolvia a fabricação de drogas para vendas. Os produtos químicos usados para fabricar a droga eram comprados de empresas regularmente cadastradas.

No período de sete meses, foram comprados, no mercado regular, insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína, afirma a PF.

A droga era enviada dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia, armazenada no Triângulo Mineiro e, depois, distribuída para várias regiões do país, em especial para os estados de Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

As investigações revelaram, também, que o grupo atuava no tráfico ilegal de armas de fogo de grosso calibre. Durante as apurações foi apreendido um carregamento de 8 fuzis e 14 pistolas, em março de 2020, na cidade de Uberlândia.

O armamento comercializado pelo grupo era comprado em Mato Grosso do Sul, transportado para Uberlândia, e, depois, destinado a grupos da região do Triângulo Mineiro especializados no tráfico de drogas e roubos a banco, bem como a uma facção criminosa estabelecida no Rio de Janeiro.

Para esconder a origem criminosa do patrimônio acumulado, a organização criminosa utilizava sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, com uso de empresas de fachada e a aquisição de postos de combustíveis, hotéis, fazendas, imóveis, veículos e embarcações de luxo.

A estimativa é a de que mais de R$ 2 bilhões foram movimentados pelos investigados nos últimos dois anos. As contas bancárias e bens identificados foram bloqueados por determinação judicial, assim como aproximadamente uma centena de imóveis.

A operação foi batizada de “Balada” pelo fato de os investigados ostentarem em redes sociais a organização de diversas festas de luxo, inclusive em outros países, realizando gastos elevados em tais eventos, com uso de iates e carros esportivos.