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Polícia Militar recebe pistolas e fuzis

Armas serão entregues aos policiais militares após o término do treinamento, previsto para a próxima semana

A tropa do 2º Batalhão da Polícia Militar deverá contar com novo armamento a partir da próxima semana. De acordo com o comandante da PM, tenente coronel Washington Geraldo de Oliveira, na madrugada desta quarta-feira (23), chegaram ao quartel uma média de 40 novas pistolas calibre .40 e quatro fuzis 762 (cedidos pelo 6º Distrito Naval de Ladário à Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública –Sejusp), todas da marca Indel.

O oficial explica que as armas foram entregues pela Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), numa tentativa de modernizar o armamento do Estado. “Este processo teve início, ao menos no Batalhão, desde o ano passado. Em 2008, tínhamos apenas 16 pistolas de alto impacto. Em meados de julho daquele mesmo ano, conseguimos mais seis e depois chegou um lote de 50 novas armas”, completou.

Geraldo explica que com a chegada do novo lote, será possível modernizar quase todo o armamento do 2º BPM, que atende Três Lagoas e outros cinco municípios da região. “Hoje, o revólver 38 (calibre) é uma exceção, são poucos e mesmo estes deverão ser substituídos”.
A principal diferença entre os dois armamentos está no impacto. O impacto de um revólver calibre 38 varia em média de 50 kg. Já o das novas pistolas é de 200kg, o que faz com que a PM mude também a forma de agir em situações críticas, como explicou o tenente coronel: “Com o ‘38’, o policial é treinado para atingir a caixa torácica e cabeça, classificada como garrafão, já que, por ter baixo poder de fogo, em outros pontos, o bandido poderia levantar e reagir, facilmente. Já com a pistola não. Como se trata de uma arma de alto poder de fogo, o policial pode atirar em pontos não letais, como braços e pernas, reduzindo, assim as chances de letalidade”, explicou.
Além disso, o comandante destacou a diferença do poder de fogo das duas armas. Enquanto um revólver calibre 38 tem capacidade para seis tiros, a pistola pode efetuar quase o dobro (15 tiros) sem precisar ser recarregada.
A intenção do comandante é de que cada policial tenha sua própria arma e possa levá-la para casa, mediante termo de responsabilidade. “Por enquanto, isto não será possível para todos os policiais. Mas, o importante é que agora, temos armamento e munições em quantidade suficiente para atender as ocorrências diárias”, afirmou.
A entregada das armas ocorreu mediante a troca. Os revólveres antigos utilizados pelos policiais militares deverão ser recolhidos junto à 4ª Sessão do Estado Maior. “As armas passarão por uma análise e, é possível, que a maioria que estiverem em bom estado seja doada para o Corpo de Bombeiros”, completou o tenente coronel.

TREINAMENTO
No entanto, ainda levará alguns dias para que o novo armamento seja levado para as ruas. Antes disso, segundo Geraldo, será necessário que os policiais que irão manuseá-las passem por um treinamento. O curso, com duração de uma semana, está previsto para iniciar na próxima semana e será ministrado pelos próprios policiais do Batalhão – entre praças e oficiais – já qualificados para o tipo de armamento.
“Todos os nossos policiais são treinados. Este curso, que é obrigatório, é realizado para que os policiais se adequem e se acostumem com o novo armamento. O policial tem que se entender com a arma”, disse.
O treinamento será dividido em aulas teóricas e práticas. Na segunda etapa, o 2º BPM contará com o apoio da 2ª Companhia de Infantaria do Exército (2ª CIA) que irá ceder o stand de tiros do quartel para as aulas de tiro prático. Cada pistola, conta com um total de 50 munições de treinamento – “todas terão de ser usadas”, completou o comandante.
Já para os novos fuzis, o comandante explicou que não será necessário um treinamento especifico. O mecanismo deles e dos fuzis já utilizados pela corporação são semelhantes. “A grande diferença está nos 100 anos de evolução de um equipamento para o outro”.
Por ser uma arma de guerra, os novos fuzis deverão ser utilizados em operações rurais, presídios e em ocorrências gravíssimas.